A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética

A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética
Tradução do livro "La Iglesia de Jesucristo, una perspectiva histórico-profética" de Arcadio Sierra Diaz

sábado, 1 de setembro de 2007

A Igreja de Jesus Cristo- Uma Perspectiva Histórico-Profética

A IGREJA DE JESUS CRISTO UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-PROFÉTICA
Por: ARCADIO SIERRA DÍAZ
1998
Traduzido pelos irmãos da cidade de Alegrete-RS
Email para contato:
paulo.s.a.o@hotmail.com


CONTEÚDO
Prefácio
Capítulo I - ÉFESO

A carta a Éfeso-Panorâmica sobre o fundamento da Igreja-Uma igreja unida-O Reino de Deus-
O candeeiro-Uma Igreja cheia de amor-Os apóstolos-Primeiras Heresias: a) Ebionismo, b) Docetismo, c) Gnosticismo 25.-O Amor é sofrido e paciente-Éfeso desliza.-Os nicolaítas-Ouvidos Surdos-Recompensa para os vencedores-A continuidade apostólica-Apêndice do Capítulo ICarta de Inácio aos Esmírnios

Capítulo II - ESMIRNA

A carta a Esmirna-Bebida Amarga-Ricos na pobreza-Sinagogas de Satanás-Hereges e heresias: a) Marcionismo, b) Sabelianismo, c) Montano e os montanistas,
d) O maniqueísmo, 68.-As dez perseguições: 1) Nero, 2) Domiciano, 3) Antonino Pío, 4) Marco Aurélio, 5) Sétimo Severus, 6) Maximiano Traciano, 7) Décio, 8) Galio, 9) Valeriano, 10) Dioclesiano..-Constantino o Grande-O dano da segunda morte-Os Pais: a) Clemente de Alexandria, b) Orígenes, c) Gregório Taumaturgo, 81.-Escolas teológicas: a) de Alexandria, b) da Antioquía, c) da Ásia Menor, d) do Norte da África.-Os apologistas: a) Cuadrato, b) Aristides, c) Epístola a Diogneto, d) Justino Mártir, e) Melitão, f) Apolinário de Hierápolis, g) Atenágoras, h) Milciades, i) Teófilo, j) Taciano, k) Minucio Félix, l) Hermias.-Os polemistas: a) Ireneu,b) Tertuliano.-Apêndice do Capítulo II: I. Martirio de Policarpo - II. Epístola a Diogneto


CapítuloIII- PÉRGAMO

A carta a Pérgamo-O trono de Satanás-Matrimônio com o mundo-A Igreja morando na terra-O edito de tolerância-A doutrina de Balaão-O caminho de Balaão-O terror de Balaão-Constantino o Grande-Consolidação dos nicolaítas-A Igreja chamada a cortar com o mundo-O asceticismo-Grandes exponentes da patrística: a) Eusébio de Cesaréia, b) Atanásio de Alexandria,
c) Os Capadócios: Basílio o Grande, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzo, d) Ambrosio de Milão, e) Jerônimo, f) João Crisóstomo, g) Agustinho de Hipo.-Heresias em Pérgamo: a) Donato e o donatismo, 143; b) Ario e o arianismo, 144; c) Apolinário e o apolinarismo, 146; d) Pelagio e o pelagianismo, 146; e) Nestório e o nestorianismo, 148.-O maná escondido-Transição entre Pérgamo e Tiatira-Apêndice do Capítulo III - Editos imperiais


Capítulo IV - TIATIRA


A carta a Tiatira-Torre alta-Obras na apostasia-Mulher dominante-Babilônia a grande-Raízes do cesaropapismo-As fraudes pios e a feudalização do papado-O cesaropapismo no apogeu-Alguns paradoxos do papado romano-A coroa pontifícia-O clero-A inquisição-O Índice-Os Jesuítas-Escolasticismo: a) Anselmo, b) Abelardo, c) Hugo de São Víctor, d) Pedro Lombardo, e) Boa aventura, f) Alberto Magno, g) Tomás de Aquino, h) João Duns Escoto, i) Guilhermo de Ocam.-As indulgências-A condição de Tiatira não melhorará-O juízo da grande prostituta-O remanescente de Tiatira-O ladrilho e a pedra-Os vencedores de Tiatira-Os pré-reformadores: a) Francisco de Assis, b) Pedro de Bruys, c) Henrique de Lausana, d) Arnaldo de Brescia, e) Os Valdenses, f) os Cátaros, g) os Albigenses, h) John Wycliffe, i) John Huss, j) Jerônimo Savonarola.-Apêndice do capítulo IV - Doação de Constantino


Capítulo V - SARDES


A carta a Sardes-Os refugiados de Tiatira-Começa a restauração da casa de Deus-Lutero e a Reforma-As indulgências para São Pedro-O conflito com Roma-A Dieta de Worms-As obras imperfeitas de Sardes-A origem das “igrejas nacionais”: a) Na Alemanha, b) Na Suiça, Ulrico Zwinglio, João Calvino, c) Na França, d) Na Escócia, e) Na Inglaterra.-A paz de Westfalia-Como ladrão na noite-As grandes denominações: a) Anabatistas, b) Menonitas, c) Puritanos, d) Batistas, Carlos H. Spurgeon, e) Quaquers, f) Presbiterianos, g) Metodistas, Jorge Withefield, João Wesley, David Livingstone.-Ecumenismo-Vestidura sem mancha-Os vencedores de Sardes-Pietismo-Apêndice do capítulo V: I. Taxa Camaræ. II. As 95 Teses de Lutero. III. As teses do Arminianismo vs. Calvinismo


Capítulo VI - FILADÉLFIA


A carta a Filadélfia-Amor fraternal-Uma porta aberta-Precursores da restauração-A história moderna de José-Quatro características judaizantes: 1. O sacerdócio intermediário - 2. O código escrito - 3. O templo físico - 4. As promessas terrenas-A hora da prova-Os IrmãosJohn Nelson Darby Benjamin Wills Newton-A coroa de Filadélfia-Colunas no templo-A restauração na China-Watchman Nee-Na América-Resumo do capítulo VI: Testemunho dos irmãos


Capítulo VII - LAODICÉIA


A carta a Laodicéia-O juízo do povo-Filadélfia degradada-A igreja tíbia-A desventura da jactância-Ouro refinado no fogo-O Senhor castiga aos que ama-O Senhor está à porta-Os vencedores de Laodicéia-EpílogoBibliografia





PREFÁCIO


Antes do final do primeiro século da era cristã já haviam igrejas locais em muitas cidades de algumas das nações aldeãs da bacia do Mediterrâneo, como Judá, Samaria, Galiléia, Síria, Grécia, Macedônia, Egito e o norte da África, Roma, nas regiões da antiga Mesopotâmia, Média; mas sobre toda a Ásia Menor; e o curioso é que de todas elas o Senhor quis escolher preferencialmente as sete, no tempo em que o apóstolo João foi confinado na ilha de Patmos, a fim de estampar em várias cartas as profecias referentes ao curso da história que eventualmente viveria a Igreja de Jesus cristo, e o que João registra magistralmente nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Em certa forma, o profundo conteúdo profético das sete cartas vem sendo subestimado, e daqui o desconhecimento que, sobre o particular, vem atrapalhando o entendimento do que é a Igreja de Jesus cristo, em seu sentido escritural e verdadeiro. Essas sete igrejas foram escolhidas na Ásia Menor como protótipos de setes diferentes períodos proféticos da história da Igreja, de tal maneira que as características locais e históricas de cada uma delas nesse tempo, simbolizam o desenrolar de determinado período profético de toda a Igreja nesta era até que o Senhor regresse, tema que queremos abordar panoramicamente no presente estudo histórico-profético e arquetípico. Nas sete cartas encontramos a história completa da Igreja até o fim desta era. Tenhamos em conta que o Apocalipse é um livro eminentemente profético, e que as sete cartas de Apocalipse são sete profecias (Compare Apocalipse 1:3 e 22:18).quando dizemos a Igreja, de nenhuma maneira nos referimos a alguma das organizações religiosas históricas, quando infundavelmente pretendam exibir títulos de legitimidade apostólica ou reclamem direitos sucessórios e de Antigüidade, ostentem o nome que ostentem, pois a Igreja de Jesus cristo não se confunde nem se identifica com nenhuma das organizações religiosas terrenas, mesmo que dentro de algumas dessas organizações cristãs haja povo de Deus. O Senhor jamais teve o propósito de criar uma organização hierárquica com cobertura imperial, mundial, nacional, ou provincial; não! Se essa fosse a realidade, seguramente que ele se houvesse dirigido a essa organização e a sua “representação visível”. O Senhor se dirigiu a sete igrejas representativas e tipológicas, em várias localidades da Ásia Procônsular. O que geralmente se é chamado cristianismo, envolve certo grau de imprecisão quanto à compreensão da verdadeira Igreja do Senhor. Tanta imprecisão encerra o termo “cristianismo”, que dentro de suas corrompidas estruturas religiosas, acontecem a maiores divisões, surpreendentes ódios, guerras, perseguições e contradições; não obstante, na comunidade cristã, Deus tem suscitado homens e mulheres aos quais tem revelado Sua vontade, lhes tem dado luz e lhes guia para seu momento histórico-profético e seu ambiente cultural, com visão da edificação da unidade de Seu Corpo.Em cada época da marcha da humanidade, Deus trabalha para que surja uma perspectiva nova, novos acontecimentos são acrescidos, de acordo ao período profético que corresponda, porque Deus é também o Senhor da história, pois está estabelecido que da história da Igreja de Jesus Cristo nada pode por o ponto final. Não é nossa intenção expor os feitos somente abaixo da perspectiva histórica, senão também e com maior consolidação desde o ponto de vista profético, porque não nos limitamos a separar o acontecer histórico, senão que nossas raízes bebem as águas Límpidas da Palavra de Deus, a qual é eminentemente profética, eterna e verdadeira, digna, além disso, de toda confiança. A Palavra de Deus é imutável, infalível e não está sujeita a modificação; disto não há de se ter a menor dúvida. Os princípios bíblicos estão vigentes como o primeiro dia, não obstante que na história têm sido obscurecidos pelas tradições eclesiásticas da cristandade professante. Os princípios bíblicos são subestimados em altares da prosperidade material, poder temporal e o reconhecimento dos homens. Do futuro, o historiador não pode oferecer mais que conjecturas; em troca o profeta de Deus está seguro e convencido dos planos e propósitos do Senhor, para todos os tempos. Que o diga um Daniel na Babilônia, um Jeremias em Jerusalém e um João em Patmos. Mas devemos ser justos ao declarar que a história e a profecia se entrelaçam, pois Deus tem um plano profético para a história, plano que têm sido revelado com luxo de detalhes ao largo de toda Sua Palavra.A encarnação do Verbo de Deus e a obra de Cristo na cruz são os acontecimentos históricos mais importantes para a Igreja, e durante os quatro primeiros séculos desta era se consolidou o registro canônico desses feitos, mas o processo de entendimento da Igreja acerca da revelação divina, incluídos esses feitos tão importantes, não teve o suficiente desenvolvimento em sua oportunidade, senão ao contrário, sofreu sérios retrocessos no curso da história, e com o tempo a Igreja perdeu algumas coisas que recebeu no depósito, tratando a sua vez de justificar essa perdida suplantando os princípios de Deus com argumentos de fatura humana. Mas Deus ia permitir que todos se perdessem? De maneira nenhuma. O Senhor vem trabalhando para que todo o perdido se recupere e se leve à prática da Igreja, o fruto do pleno entendimento de todo o depósito de Deus. A história do cristianismo corre paralela com a da humanidade; porém, mais que a história do cristianismo, é nosso interesse ir atrás dos contos do reino de Deus. Visto abaixo a perspectiva da Igreja do Senhor, o qual não se pode lograr senão com os olhos de quem é nascido de novo, porque o reino de Deus não é deste mundo, e não pode ser reconhecido pelos deste mundo, mesmo quando está diante de seus olhos. Não importa que se trate de um leigo ou um intelectual, um doutor em teologia, ou alguém que represente os interesses da cristandade nominal em qualquer de suas facções. Para ver o reino de Deus é requisito indispensável pertencer a ele. O evangelho nos diz que Jesus regozijou no espírito por esta realidade, e por isso disse ao Pai: “ Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.” (Lucas 10:21). Chegou o momento em que os sábios deste mundo intentaram tomar o controle e o governo da Igreja de Jesus pela supremacia de sua sabedoria, mas Deus enlouqueceu a sabedoria deste mundo, para que nada por meio dessa sabedoria enlouquecida pudesse chegar a Deus, senão por meio do que os sábios, intelectuais e filósofos desta era tratam de descartar apelidando-o de loucura, isto é, o evangelho e verdadeiro propósito de Deus com o homem e a criação, o qual nos revela a autêntica sabedoria de Deus, Seu Filho Jesus Cristo.Não é o propósito do presente trabalho abundar em datas e detalhes históricos, senão apenas os suficientes para demonstrar o cumprimento histórico da palavra profética. Para o mundo greco-romano e sua interpretação filosófica, a história não era mais senão uma série de ciclos repetitivos moldurados em um destino incerto e por determinação da cega sorte, como uma tediosa e pessimista maneira de ver o destino humano. Em contraste, para o cristão a história começa em Gênese com a criação do homem pela mão de Deus, e há de continuar conforme os parâmetros traçados na Palavra de Deus, até que se cumpra a triunfal consumação de tudo, e o governo de Deus tenha sua expressão milenar, dando-lhe assim um significado diferente à história. Quando eventualmente ocorrer o fim da história, haverá amanhecido para a Igreja.
Arcadio Sierra Díaz

Nenhum comentário: