A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética

A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética
Tradução do livro "La Iglesia de Jesucristo, una perspectiva histórico-profética" de Arcadio Sierra Diaz

sexta-feira, 14 de março de 2008

VII- Laodicéia

Capítulo VII
LAODICÉIA

SINOPSE DE LAODICÉIA

O juízo do povo e a Filadélfia degradada

Da hierocracia de Tiatira e Sardes surge a teocracia de Filadélfia, mas degenera em democracia em Laodicéia - Laodicéia é uma Filadélfia degradada - Do fervor espiritual à mornidão.

A conotação da teologia da prosperidade

A igreja proclama que é rica, mas essa riqueza não é de Deus - Diz Deus que essa igreja é uma desventurada, miserável, pobre, cega e nua - O movimento chamado Verdade Necessitada – O Senhor castiga aos que ama - Tem que pagar um preço.

O Senhor fora da igreja

O Senhor tem falado à Igreja - A igreja não deixa entrar o Senhor - Ele chama aos vencedores, ao que queira abrir-lhe a porta- Ele vomitará de Sua boca a igreja morna – Jesus Cristo agora trabalha com os vencedores - Poucos querem comprar o ouro refinado de Deus.

Os vencedores de Laodicéia

Sétima recompensa: Se sentarão com Cristo em seu trono glorioso - É o maior galardão oferecido aos vencedores de todas as épocas, prometido pelo Senhor Jesus, o primeiro vencedor.

A CARTA À LAODICÉIA


"14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. " (Ap. 3:14-22).

O juízo do povo

Laodicéia estava localizada ao sul da Frigia (Ásia Menor), edificada ao redor do ano 250 a. C. por Antíoco II (261-246 a. de C.), rei sírio da descendência de Seleuco, chamada assim em honra de sua mulher, Laodios, que mais tarde ficou tão agradecida que o envenenou. Essa localidade era um centro comercial, profissional e financeiro, e não é coincidência que a cidade fosse conhecida pela manufatura de telas de lã negra. Também em seu entorno cultural era sede de uma famosa escola de medicina, e se especula que elaboravam um pó que servia para curar os olhos. Alguns exegetas supõe que a igreja nessa localidade foi fundada por Epáfras, dado o contexto de Colossenses 4:12-13. Ao ser ocupada pelos romanos, chegou a ser sede do procônsul romano. Laodicéia foi destruída totalmente no ano 1042, por Temur, o famoso guerreiro asiático, restando dela só um montão de ruínas dos templos, os teatros e outros edifícios.Para muitas pessoas tem sido muito difícil, para não dizer impossível, explicar a profecia do Senhor nesta carta à Laodicéia. Para a grande maioria dos exegetas, Laodicéia representa a caótica situação da Igreja em geral, tal como o observamos tempos contemporâneos; mas ainda vemos algo disso, é mais que isso. A par com essas considerações, e para não confundir Sardes com Laodicéia, se deve ter em conta que o Senhor fala de encontrar em Sua vinda a condição das igrejas de Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia; por tanto estas quatro condições estarão presentes ao regresso de Cristo. Assim que, mesmo que Laodicéia reflita a condição degradada dos cristãos contemporâneos, entretanto, posto que Sardes e Laodicéia são diferentes, Deus quer nos revelar algo mais. Laodicéia não é o mesmo que Sardes. Laodicéia é a degradação de Filadélfia. Assim como Sardes (o protestantismo) sai de Tiatira (catolicismo romano), e Filadélfia (os irmãos) de Sardes, assim também Laodicéia (os leigos) se desprende de Filadélfia, nasce dela, pelas razões que iremos esboçando na continuação. Laodicéia não deve confundir-se. Como o resto das localidades, Laodicéia também tem um nome simbólico. Etimologicamente a palavra Laodicéia sai da combinação de duas palavras gregas: "Laos", que significa povo, gente, laico, leigo, e "dikecis", que significa opinião, costume, juízo; de onde se tem que Laodicéia quer dizer, a opinião ou costume do povo ou laicado. Outros tem dito que significa o juízo das nações, direito das gentes. Em Tiatira e Sardes se pode falar de hierocracia, em Filadélfia de teocracia e em Laodicéia de democracia. (Hierocracia, governo de sacerdotes; teocracia, governo de Deus; democracia, governo das gentes).
Esta carta simboliza a etapa histórica da igreja desde a última parte do século dezenove até o regresso do Senhor e é caracterizada pela degradação que começaram a experimentar os irmãos na condição de Filadélfia em sua vida e expressão de igreja. As assembléias dos Irmãos começaram a ruir menos de um século depois de iniciar o Senhor a restauração da Igreja nos albores do século XIX. Então a condição de Laodicéia é a parte da igreja restaurada que se degradou depois, mas que difere da igreja reformada, pelo que não se deve confundir a Laodicéia com Sardes. A igreja degradada seguirá existindo até o eventual regresso do Senhor. Que não se mantenha firme e fiel na condição de Filadélfia, guardando a palavra de Deus e o nome do Senhor, muda, se degrada e passa a ser parte de Laodicéia.


Filadélfia degradada

" 14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: ".

O Senhor não recrimina Filadélfia em absolutamente nada, pelo contrário, tem frases de elogio para ela, mas toda a carta a Laodicéia se pode tomar como uma advertência aos irmãos filadélfos. Nesta carta tudo são reprovações. É uma forma caída de Filadélfia, porque em Filadélfia se manifesta a vida de Deus unindo aos irmãos no amor ágape, mas se Filadélfia falha e não se mantém firme em sua posição, então ocorre uma dramática mudança, mas não para regressar a Sardes, e sim que ao decair, se converte em Laodicéia; ou seja, que os que caem de Filadélfia formam a Laodicéia. Caso se tenha perdido o amor entre os irmãos, o que segue é que cada qual quer que se imponha sua opinião; então se começa a usar outra linguagem, não a do amor fraternal vivo senão o dos direitos mortos das pessoas. Quando é o amor de Deus o que prevalece na igreja, fica excluído e sobrando tudo o que se relaciona com as opiniões e reclamações das pessoas.Roma gera ao protestantismo, este forma à igreja restaurada, os irmãos, e dos irmãos (adelfos) se constituem os leigos (laos), sem que nenhuma destas posições da Igreja desapareça até a vinda do Senhor. Filadélfia teve sua consolidação no começo do século XIX com as assembléias dos Irmãos em Inglaterra, e seu testemunho do Senhor era muito brilhante, plenos de amor pelo Senhor; mas cinqüenta anos depois em muitas das assim chamadas assembléias dos irmãos, esse amor começou a se degradar; todo esse testemunho, essa vida e essa luz continuou perdendo seu brilho no orgulho e a egolatria. O orgulho e a egolatria são desbastadores na Igreja. Hoje existem as assembléias dos irmãos em muitos países, mas na maioria delas não está Filadélfia. Essa é a conseqüência da degradação da Igreja.Seria um erro reduzir Laodicéia ao protestantismo, não; recorde-se que o protestantismo é Sardes. Dentro dos planos do Senhor para restaurar a Sua Igreja, promove a Sardes como um avanço de Tiatira; logo se executa outro avanço com Filadélfia, mas com Laodicéia ocorre um retrocesso. Em quanto à autoridade, é inegável que em Tiatira se caracterizam pelo absolutismo cesaropapista, em Sardes se substitui a legitimidade espiritual pelas meras formas sacramentalistas e tradicionais, pois o Senhor lhe diz que tem nome de que vive e está morto; Filadélfia, por sua parte, se aferra ao Senhor, a Sua Palavra e á comunhão legítima do Corpo de Cristo. Mas Laodicéia, em troca, se desliza aos interesses pessoais e às decisões meramente democráticas, mas sem teocracia.A cada uma das igrejas o Senhor se apresenta com umas credenciais diferentes de acordo com as características de cada uma, fazendo referencia ao que Ele é e ao que Ele faz. Fazendo uma recapitulação das mesmas, temos que a Éfeso, que havia deixado apagar o calor do primeiro amor, o Senhor se apresenta como o que tem as sete estrelas em Sua destra. A Esmirna, a fim de animá-la a ser fiel em meio da perseguição, o Senhor se apresenta como o vencedor da morte. A Pérgamo, que se casa com o mundo, que tolerava a idolatria, a heresia e a imoralidade, o Senhor se apresenta como o que tem a espada aguda de dois gumes, para cortar essa união e toda essa maldade. A Tiatira, que permitia os ensinamentos de Jezabel e das profundezas de Satanás, se apresenta como o Filho de Deus que tem Seus olhos como chama de fogo, para levá-la a juízo. A Sardes, que tem nome de que vive, mas que está morta, apresenta-se como o que tem os sete espíritos de Deus, para dar vida aos mortos. A Filadélfia, diante da qual têm posto uma porta aberta, se lhe apresenta como o que tem a chave de Davi; e a Laodicéia, a igreja morna, a que se ufana de que é rica e que não necessita de nada mais, se apresenta como o Amém, a testemunha fiel e verdadeiro, o princípio da criação de Deus, em quem a igreja encontra todos os tesouros da fé, da graça e da vida espiritual.Aqui o Senhor é o Amém, o firme, o fiel, o veraz. Por quê? Porque, mesmo sem que se mencionem heresias nem imoralidades, havia um culto à personalidade, um orgulho farisaico e envaidecimento espiritual enlaçado com marcado materialismo, indiferença, confiança em sua justiça pessoal, e coisas assim, que provoca as náuseas no Senhor, em uma época quando as mesmas igrejas não parecem contar para nada com o Senhor. Vivemos em uma época em que para muitos crentes, a prosperidade econômica e o desfrute de muitas comodidades materiais, são sinônimos de bênçãos de Deus. Da a impressão de que a igreja de Laodicéia duvida das promessas divinas e vai se esfriando. Mas, o que diz a Palavra de Deus?" 19 Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim.20 Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. " (2 Co. 1:19,20).Amém significa firme, inamovível ou confiável. Tudo isso é o Senhor, e assim se apresenta a uma igreja que não se manteve firme Nele, senão que se degradou. É grave que depois de haver tido luz, a recusa. Quando o Senhor lhe diz que Ele é a testemunha fiel e verdadeira, indica que a igreja na condição de Laodicéia não é confiável, senão titubeante, instável, não se mantém firme; o Senhor não pode esperar dela que mantenha o testemunho do Senhor fiel e verdadeiro. Com as palavras o princípio da criação de Deus, o Senhor dá a entender que Ele é a origem de toda a criação, fonte e princípio imutável das revelações divinas, da salvação, da obra de Deus, da edificação da Igreja, por tanto sem Cristo essa obra deixa de ser de Deus. Isso nos indica que Laodicéia tem abandonado a correta e verdadeira linha de Deus, a que vem tendo desde o princípio. Pode nos parecer difícil diferenciar externamente a Filadélfia de Laodicéia; porque na realidade Laodicéia é uma Filadélfia orgulhosa, altiva, sem amor, jactanciosa de riquezas, em uma palavra, degradada espiritualmente. Não podemos jactar-nos de nada porque qualquer coisa que tenhamos, seja na ordem material ou espiritual, tudo o temos recebido. E se ainda temos algo na carne, não nos devemos gabar, porque tudo o que forma a carne é esterco diante de Deus e de Seus propósitos.

A igreja Morna

"15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; ".
Ao que tenha a frieza da morte, Deus quer dar-lhe vida, mas ao morno, o Senhor prefere vomitá-lo de sua boca, o qual implica ser recusado por Ele. Os alimentos mornos não são agradáveis, e se pode ser ou um pecador sincero ou um cristão hipócrita. O que é mais agradável? A mornidão significa que não há uma decisão entre o Senhor e o mundo. O morno é um abandeirado da justiça própria. Recorde-se que quem nos justifica é Deus. A justiça própria e o legalismo vem das mãos humanas. Se há descuido no fervor da vida espiritual abundante, as obras têm o selo da aparência exterior e do orgulho, em uma aparência de não estar no mundo, mas olhando sempre o mundo, e isso não agrada ao Senhor. Caso se caia no terreno da religiosidade, tenha-se em conta que isto é um engano de Satanás. A religiosidade se alimenta da mornidão e do legalismo. Ninguém pode contar com um amigo morno em seus afetos. Disse Olabarrieta:"Efetivamente a característica dominante da fé hoje no mundo é sua mornidão. Não estão contra a Bíblia, nem contra Cristo nem seus apóstolos, nem contra o mundo, nem contra os criminais, nem contra a madre superiora, Tem que ir de braço com todos: Inclusive a crença é de que existe um Deus bom misericordioso que salvará a todo o mundo, posto que todas as religiões são boas e todos os caminhos marcados por elas servem. O que é vergonhosamente um insulto à justiça de Deus e ao único caminho da Salvação pela graça, fundamentada exclusivamente na morte de Jesus, o Filho de Deus, único substituto válido para resgatar-nos na justiça perfeita de Deus!" (Santos Olabarrieta.op. cit., pág. 38).


A desventura da jactância

" 17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. "
A auto-suficiência havia cegado a Laodicéia, enredada pelo orgulho espiritual. Porque Filadélfia é rica, mas não se gaba, e ao gabar-se se converte em Laodicéia. De que se gaba Laodicéia? De ser rica no vão conhecimento doutrinal, preferencialmente; não necessariamente de riquezas materiais, ainda que também nestes tempos finais muitos se gabem da prosperidade meramente material. Os que não necessitam nada espiritualmente, seguro que estão mornos e próximos a morrer. Mas o Senhor lhe diz que não se gabe de saber doutrina, que é ignorante de sua verdadeira situação espiritual, não mirando nas coisas com a autêntica visão senão desde um ponto de vista equivocado. O desventurado é um desgraçado, porque pode sentir-se muito ditoso com a atual situação, mas Deus o vê desventurado desde o ponto de vista da eternidade. À Laodicéia lhe falta sinceridade com o Senhor. O rico se sentia muito feliz com seus cotidianos banquetes, mas por dentro a realidade era outra; interiormente Deus via no rico piores chagas que as que sofria Lázaro fisicamente em seu corpo. O Senhor visa o miserável que somos, ou dignos de misericórdia, ainda que pretendamos aparentar outra coisa, porque o desamparo e a malícia do coração não se podem esconder de Deus. As assembléias professantes se consideram a si mesmas ricas de muitas coisas, mas a realidade, como a vê Deus, é que estão pobres de Cristo.Nessas condições, o Senhor qualifica a igreja em Laodicéia como pobre, submersa na escuridão. É verdade que há organizações religiosas que se gabam de possuírem esplêndidos templos e instalações, apoteóticos rituais, alta cultura e tradições cristãs, inúmeros recursos materiais, grande prestígio ante os olhos do mundo, uma extraordinária organização e hierarquia, e sentir-se muito ricos, coisas que para o Senhor não interessam quando não se tem posto em um nível muito por debaixo dos verdadeiros e bíblicos propósitos de Deus e se hajam ajustado à Sua economia; mas aqui não só se refere à Palavra a essa classe de riquezas. Porque devemos ter em conta que, por exemplo, às vezes parece que no protestantismo há maior jactância pelas riquezas materiais, mas muito pouco pelas riquezas espirituais. As riquezas deste mundo sobram na obra de Deus. O verdadeiramente importante é fazer a obra de Deus em amor, com os recursos que Deus nos dá em Cristo, para a construção de um templo que não é deste mundo, porque Deus não habita em templos feitos por mãos humanas.Laodicéia diz que é rica, e em sua degradação se jacta dessa riqueza, e se plena de orgulho; mas o Senhor não valoriza como riqueza o que Laodicéia considera como tal; ela é pobre; o Senhor disse que é pobre. Por que o Senhor diz a Laodicéia que ela é pobre? Porque experimentalmente desconhece as riquezas de Cristo. Agora necessita comprar ouro refinado para enriquecer-se, porque está longe da realidade espiritual da eterna economia do Senhor. Pode-se ter muito ouro e prata, mas carecer dos tesouros derivados do Cabeça da Igreja, Jesus Cristo. Estando na condição de Filadélfia não aprenderam a serem humildes diante do Senhor, e caíram no orgulho de Laodicéia. Da condição de Filadélfia à Laodicéia há tão somente um passo. Se verdadeiramente és rico nas riquezas celestiais, nem sequer te dê por informado; todavia que siga havendo sede em teu coração pelas coisas de Deus. "Se alguém tem sede, venha a mim e beba" (Jo. 7:37b). É perigoso sentir-nos já satisfeitos, já sem a necessária sede pelas coisas de Deus, para que o Senhor não nos veja como uns miseráveis e orgulhosos. Houve observadores que estimaram que muitos dos irmãos na China eram culpáveis de orgulho espiritual. Inclusive se deram casos de grupos que se separaram das igrejas para formar corpos "purificados" e exclusivos.Como o temos comentado no capítulo anterior, em um amplo setor de Filadélfia, mesmo nos albores, muitos irmãos se inclinaram pela exclusividade e começaram a estreitar-se, a fechar-se, assunto que se havia iniciado com Darby, Kelly, Raven, Grant e outros pioneiros. Em 1876 surgiu um movimento similar chamado Verdade Necessitada, o qual, com o hipotético respaldo de várias passagens das Escrituras, fazia uma curiosa classificação do povo de Deus e sua recepção, pois faziam uma diferenciação na igreja, por um lado, definindo-a como o corpo de Cristo, composta de todos os crentes, e por outro lado a Igreja de Deus, à qual relacionavam com a comunhão (Atos 2:42), com a casa de Deus, com a assembléia de Deus vivente, a qual, segundo eles, estava constituída somente pelos crentes localizados na confederação da Verdade Necessitada. Estes círculos fechados constituem por si barreiras para a unidade e a liberdade de Espírito.Aliás, o Senhor diz a Laodicéia que está cega, mas esta cegueira é pior que outras porque é uma igreja que não quer ver sua própria condição, e havendo perdido a percepção espiritual, é incapaz de ver o que é realmente de Deus. A tragédia de Laodicéia não só é que não tenha a visão, senão que pensa ter quando realmente não a têm, e o pior é que se gaba de que ainda a têm. Se tu lhe dizes que está cega, te apelidam de estúpido. Laodicéia continua aferrada em seu ambiente religioso, e tem descido dos lugares celestiais, porque o orgulho não eleva senão que abate, faz cair; é por isso que o Senhor, aos vencedores de Laodicéia promete que se sentarão com Ele em Seu trono. Que triste é haver chegado a ter a visão e perdê-la e ficar cego; o importante é poder dizer: Antes era cego e agora vejo. Não importa que me expulsem de meu círculo religioso. Agora tenho a visão de Deus em Cristo. Mas a visão requer de um sacrifício; mas isso é para os vencedores. Quem não vê, está impossibilitado para trabalhar na edificação da casa de Deus. A visão não se estanca, é viva e contínua, progressiva e renovada; é o trabalho do Senhor em ti e contigo.Aqui o Senhor não está se referindo aos "ministros" cegos pela perspectiva de ganância e proveito material no campo religioso, nem aos pregadores assalariados seguidores do caminho de Balaão, que não havendo escutado a voz de Deus, tampouco entendeu a visão, não obstante que o Senhor lhe abriu os olhos quando um pouco antes havia aberto o de seu asno. Pregadores deste tipo não visam à glória de Deus senão suas próprias considerações e de que maneira são afetados seus próprios interesses, comodidade e prestígio. Tampouco está se referindo o Senhor aqui à cegueira produzida pelo zelo religioso, de ser fiel ao estabelecido pelo homem e não segundo Deus; esse zelo é desorientador e cria um véu que nos impede ver a autêntica visão de Deus em Seu Espírito e em Sua Palavra. Tu tens a Palavra de Deus frente a teus olhos, a estas lendo e não vês o que Deus está te dizendo. Se teus olhos espirituais estão cegos, não poderás ser usado para abrir os olhos a outros, para que se convertam das trevas à luz de Deus. Só em Cristo há luz, porque Ele é a luz; em tuas próprias considerações há cegueira.Por último, o Senhor diz a Laodicéia que está nua. Esta igreja degradada se orgulha de estar muito bem vestida, mas é uma falsa e hipócrita vestidura farisaica. Ao não viver por Cristo, sua cegueira lhe impede ver que está nua. Aos nossos primeiros pais não lhes serviram as vestiduras que eles mesmos se haviam proporcionado; o Senhor os via nus, e Ele mesmo se encarregou de cobri-los. Já temos dito que a segunda vestidura em nosso diário andar é que levemos nossa própria vida à cruz, à morte, e vivamos a Cristo como nossa justiça subjetiva. "As ações justas dos santos" (Ap. 19:8b) são as que se realizam em nosso andar em Cristo, porque Ele é nossa justiça. O vestido para cobrir a nudez é a verdadeira justiça. Nem todos os irmãos participarão das bodas do Cordeiro, senão só aqueles vencedores com essa vestidura que reflete a classe de vida que viveram neste corpo, suas obras justas.

Ouro refinado no fogo

" 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. ".
A compra deste ouro refinado não é uma coisa fácil, pois para comprar se requer pagar um preço, e, aliás, não se trata do ouro corrente; este ouro refinado se refere em primeiro lugar à natureza de Deus, tipificada na arca do tabernáculo, a qual foi coberta de ouro puro por dentro e por fora, somente se pode ter entrando ao Lugar Santíssimo por meio de Cristo, na comunhão íntima com Cristo, com Sua cruz, com Seus sofrimentos, com Sua humildade e simplicidade, pagar o preço nas provas de fogo, integrados na construção de Sua obra, da Nova Jerusalém, e assim experimentar as riquezas de Cristo. Quando as virgens insensatas foram ressuscitadas, já não tiveram a oportunidade de pagar o preço; o tempo havia passado. Nesse tempo só se poderá pagar o preço nas trevas exteriores. Também o ouro refinado se compara com a fé, por meio da qual participamos da natureza de Deus. À igreja degradada não basta o conhecimento e a doutrina de Cristo, nem da Bíblia, nem das diferentes correntes teológicas; é necessário que pague um preço pelo ouro, pelas vestiduras brancas e pelo colírio. É fácil saber como aprender, mas é difícil saber como comprar. Muitas vezes se recebem graus por terminar estudos de conhecimentos, mas sem experimentar a cruz.Só pela fé participamos da natureza divina, ambas tipificadas pelo ouro. Em sua primeira carta, Pedro diz: " para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; " (1 Pe. 1:7). Logo em sua segunda epístola segue dizendo:" Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,. pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor " (2 Pe. 1:1,4-7).Aqui vemos que não é suficiente a riqueza na doutrina. A igreja deixou o amor fraternal, se degradou pelo orgulho do conhecimento doutrinal, mas sem fé isto é inútil para participar da natureza divina de Cristo. Não se trata de que estejas rico em conhecimentos, nem de que atues somente com base nessas riquezas, " Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. " (Gl. 5:6). O preço que tem que pagar pode incluir o desprender-se das coisas mais amadas por nós, inclusive nossas próprias vidas. Medita nas palavras de Paulo em Filipenses 3:8. De acordo com o contexto, tudo o que Paulo havia considerado muito valioso para ele, ao final, para ganhar a excelência do Senhor em sua vida, tudo isso o chegou a considerar comida de cachorro. Pagando com tudo o que temos, ainda assim o preço é muito baixo comparado com o precioso tesouro do Senhor.O Senhor recomenda a Laodicéia a comprar Dele vestiduras brancas para cobrir-se, e isto tem que ver com a conduta ou as obras aprovadas pelo Senhor, quando o Senhor mesmo vive na Igreja. Quando tu és filho de Deus pela fé em Cristo Jesus, és revestido de Cristo, mas é necessário que essa fé e esse revestimento se traduzam em tua conduta, a vida de Cristo em ti, que se realizem as boas obras preparadas de antemão por Deus (cfr. Gálatas 3:26,27; Efésios 2:10), que realizes as obras com um motivo puro. A mesma experiência te ensinará que quando creste fostes revestido de Cristo, Sua justiça te cobriu objetivamente; mas em teu andar com Ele de pronto sentes que estás nu, que Cristo não é ainda uma vivencia subjetiva em ti; então necessitas cobrir-te de outro tipo de vestiduras, por meio dos quais tu possas experimentar a Cristo, expressa-lo por meio de teu ser, e para isso deves pagar um preço.Também, recomenda à igreja degradada que ponha em seus olhos colírio para que veja, mas somente o Espírito Santo pode ungir; então este colírio é a revelação do Espírito Santo, para que a igreja não se baseie só no conhecimentos doutrinal. Muitos destes conhecimentos impedem de se perceber a adequada e necessária revelação do Espírito de Deus, e a igreja entra em uma etapa de cegueira. "20 E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento 27 Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. " (1 Jo 2:20,27). O colírio é o Espírito da unção. O elemento sobrenatural da vida cristã é ter visão espiritual; perdê-la significa cegueira, incerteza, derrota. A vida do crente não depende das prescrições e os legalismos de seu sistema religioso. A vida espiritual normal é sempre, deve ser sempre, sobrenatural; mas é quando o crente tem recebido visão espiritual. Se não há visão espiritual, ou caso tenha se perdido essa visão, não há sobrenaturalidade, só há religiosidade. Se o crente chega a receber visão sobrenatural e depois a perde, chega à condição de Laodicéia. Por exemplo, uma pessoa pode ser muito zelosa de suas tradições religiosas, mas esse "zelo" pelas coisas de Deus o mantém preso na cegueira. Só quando Deus o ilumina espiritualmente, é como poder inteirar-se de sua própria cegueira. É o caso de Saulo de Tarso. Era tanta sua cegueira e seu zelo por sua religião judia e suas instituições ancestrais, que havia crido ser seu dever fazer muitas coisas contra o nome de Jesus de Nazaré. O crente com visão espiritual vive em lugares celestiais, que é a esfera sobrenatural da Igreja com Cristo, e o que perde essa visão sobrenatural, desce à terra, ao puramente religioso, e em sua cegueira enterra seu talento.Não agrada ao Senhor que o louvem ou o sirvam levados pelas exigências legalistas dos religiosos. As "missas" perdem todo significado quando há visão espiritual. Tudo começa quando o Pai revela a Seu Filho em ti, e isso sucede quando o Pai abre teus olhos espirituais para que vejas a glória do Senhor, e em teu legítimo andar com Cristo sejam inúteis todas as fabricadas "leis" cristãs, encaminhadas a um aparente e artificial andar piedoso, externo, vazio e até hipócrita, porque as aparências costumam ser enganosas. Devemos pedir ao Senhor que Ele nos revele. A respeito há três citações bíblicas, entre outras, que me chamam muito a atenção. Lemos em Efésios 1:17-18:" 17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,18 iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos ".A que nos tem chamado o Senhor? A sermos conformados à imagem de Seu Filho. Romanos 8:29 diz: " Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. ". Não podemos ser conformados à imagem do Filho de Deus sem antes conhecê-lo, sem ter uma visão completa Dele. Necessitamos que o Pai nos dê espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento Dele; que haja visão em nossos olhos espirituais.Também lemos 2 Coríntios 3:18: " E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito ". É necessário que se realize em nós uma metamorfoses, até que o Senhor Jesus se reproduza em nosso interior por Seu Espírito, em Seu caráter, Sua personalidade, Sua perfeita humanidade, até que Ele possa manifestar-se através de nós.

O Senhor castiga aos que ama

" Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te ".O senhor diz aqui que também ama a Laodicéia, porque ainda que mornos, ali há filhos de Deus; e é por isso que a repreende e a corrige, requerendo-a para que ao invés de morna seja zelosa, fervorosa, que não siga ufanando-se de seu morto e vão conhecimento, que pague o preço do arrependimento de seu estado de mornidão, comprando o ouro da fé provada no fogo, a que obtém a plena aplicação da graça de Cristo, para que volte a desfrutar da realidade do Senhor com sua vestidura branca e o colírio da unção espiritual. É isto um preço barato? As provas de fogo são um preço alto sobre tudo quando nosso coração está cheio de soberba. A disciplina do Senhor enquanto vivemos nesta terra pode ser em que nos sobrevenha enfermidade, debilidades, tribulações e até mesmo morte prematura. " 30 Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.31 Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.32 Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. " (1 Co.11: 30-32). O Senhor sempre exerce a disciplina por amor, mas quase sempre o arrogante e orgulhoso não está disposto a receber a repreensão do Senhor. O arrependimento não é uma comédia superficial com o que muitos se enganam e tratam de enganar aos demais. É uma realidade na que, em um confissionário católico romano, com freqüência, ambos protagonistas, tanto o sacerdote como o penitente, sabem que ali pode haver de tudo menos arrependimento. Os que na realidade se arrependem nesse sistema, são apelidados de loucos e maníacos. Quando uma pessoa se arrepende, muda de vida, e deve tomar sua cruz cada dia para poder seguir ao Senhor. A pessoa não somente deve se arrepender a nível individual, a igreja corporativamente também deve arrepender-se. O Senhor da certo tempo para que nos arrependamos, como no caso de Jezabel de Tiatira " Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. " (Ap. 2: 21-22). A igreja degradada não deve seguir orgulhosa de seu conhecimento morto e vazio. Ver também Hebreus 12:3-11.

O Senhor esta às portas

" Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. ".
Neste período da Igreja, a vinda do Senhor já está próxima, esta às portas; mas Laodicéia tem se degradado tanto que, sua Cabeça, o Senhor Jesus, ao que aparentemente serve, está á porta, por fora da igreja, chamando ao que queira abrir-lhe e escutar-lhe, obedecer-lhe. Ele está chamando objetivamente a toda a igreja, mas já Ele sabe que a igreja em Laodicéia inchada em seus conhecimentos e em seu orgulho, mas sem a presença do Senhor, não lhe vai a abrir; então o chamamento será aceito subjetivamente por alguns crentes, membros individuais que querem abrir-lhe as portas de seu coração e intimamente cear com o Senhor, e nos quais o Senhor transforma as verdades objetivas em experiências subjetivas. Uma coisa é alimentar-se de doutrinas mortas e muito conhecimento, e outra é comer e alimentar-se do Senhor como a árvore da vida no jardim (Éfeso), como o maná escondido e da boa terra. O crente passa por três etapas: Egito, o deserto e Canaã, e em cada etapa tem de comer cada vez algo mais de Cristo: o Cordeiro, o maná e o fruto da terra. O comer contigo significa que o Senhor quer entabuar uma relação de especial amizade contigo, uma relação de íntimo trato. A esta igreja lhe promete cear com ele quem lhe abrisse a porta, o qual não se refere simplesmente a comer algo, senão que vai mais adiante, a participação ampla das abundâncias de um grande banquete. O Senhor quer comer com o que lhe obedeça. Ainda que em Laodicéia haja reprovações, entretanto, o Senhor é tenro: " Eu repreendo e disciplino a quantos amo ",e " Eis que estou à porta e bato ".Note que chega a época em que Cristo fica excluído como Senhor e Salvador de um setor da Igreja; por fora da porta de Sua própria Igreja. O grosso da igreja degradada permanece em um estado de religiosidade sem Cristo, portando lâmpadas sem azeite, seus membros são mornos, auto-suficientes, vaidosos nas suas posições, tratando de cobrir sua nudez e sua vergonha com o vestido dos que vendem o azeite, fazendo suas próprias obras, e não necessariamente as do Senhor. Na igreja não é o mundo o que está à porta, senão Cristo. Por dentro da estrutura eclesiástica, quando Cristo está excluído, por muita aparência de normalidade que possa haver, não há convicção de pecado, só há uma roupa de religiosidade e de mornidão. Quando a estrutura religiosa de Jerusalém lhe recusa, o Senhor não fica em Jerusalém, sai do sistema religioso imperante e se vai para Betânia, a casa de aflição, mas também a casa do banquete. Este versículo, sacando-lo de seu contexto, tem sido usado para evangelizar aos pecadores, mas aqui o Senhor o está dizendo é para a Igreja. Um incrédulo, morto em seus delitos e pecados, não tem a capacidade nem a luz suficiente para abrir a porta de seu coração a Cristo. É Deus por meio de Seu Santo Espírito quem abre o coração, os olhos e os ouvidos das pessoas; é o Pai quem traz a gente à Cristo. Lemos em Atos 16:14:" Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia ".


Os vencedores de Laodicéia

" Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. ".
Analisando as promessas aos vencedores das sete igrejas, esta é a máxima, a mais nobre e gloriosa de todas, sentar-se com o Senhor em Seu trono. Por que precisamente a esta igreja? Em primeiro lugar tenhamos em conta que a idade da igreja e da graça já vai terminar, e todo vencedor está na expectativa da pronta vinda do Senhor, que vem a sentar-se em Seu trono. O sentar-se com o Senhor em Seu trono é o melhor dos prêmios prometidos, porque os que o receberem tem de participar da autoridade do Senhor, em sua qualidade de reis, governando com Ele sobre toda a terra durante o reino milenar de Cristo. Aqui o que vence o faz sobre a mornidão da igreja degradada, gerada pelo orgulho do conhecimento de muita doutrina, mas sem o Senhor. Aqui o vencedor é o que paga o preço para comprar o ouro refinado nas provas de fogo, as vestiduras brancas de seu andar em Cristo e o colírio da unção e a luz do Espírito Santo. O vencedor de Laodicéia é aquele crente que ante a estrepitosa caída da igreja desde a esfera celestial, não perde sua posição sobrenatural, porque não perde a visão espiritual que o resto da igreja, em sua cegueira, tem perdido. Como em Laodicéia impera uma espécie de anarquia; cada um quer guiar-se por sua própria opinião; ninguém quer se sujeitar a nada e menos ao Senhor, por isso o Senhor oferece ao vencedor de toda essa situação, sentar-se com Ele no Seu trono.O vencedor é aquele crente que vive uma vida de ressurreição. Se quisermos viver uma vida de ressurreição, é necessário que passemos primeiro por um processo de morte de nossa velha natureza. Há um véu que não nos deixa ver esta vida de ressurreição; há um véu que impede que vejamos a glória que o Senhor quer que vejamos; esse véu é a incredulidade, é a vida de nosso próprio eu. O terreno da igreja é o terreno da ressurreição, os lugares celestiais com Cristo, mas só um remanescente da Igreja o tem alcançado. A grande massa não quer abrir a porta ao Senhor.
No curso destes sete capítulos temos desmembrado em seus aspectos histórico e profético as sete cartas enviadas às igrejas em localidades da Ásia Proconsular do primeiro século de nossa era, que representam profeticamente os sete períodos da Igreja do Senhor em seu desenvolvimento histórico, com sua simbologia implícita de sete diferentes classes de igrejas, de acordo com o respectivo período histórico, assim temos: a igreja primitiva, a sofredora, a mundana, a apóstata, a reformada, a restaurada, e a degradada. Já temos visto como Éfeso continuou em Esmirna, e esta se converteu em Pérgamo, a qual a sua vez veio a ser Tiatira; ou seja, que finalmente essas quatro igrejas vieram a converter-se na igreja apóstata, o sistema católico romano. A partir dessa condição surge uma reação de restauração com a igreja reformada, o qual resultou imperfeito, pois a restauração completa da vida apropriada da igreja se realiza com Filadélfia. Finalmente Filadélfia sofreu uma degradação com Laodicéia.Atualmente na terra convivem até a vinda do Senhor estas quatro condições da igreja: A igreja católico romana (Tiatira ou igreja apóstata), a igreja protestante (Sardes ou igreja reformada), Filadélfia ou igreja restaurada, e Laodicéia ou igreja degradada, mas só a igreja restaurada satisfaz o propósito eterno e a economia de Deus para Sua Casa. Então surge uma importante inquietude para ti: deves eleger a igreja na que deves apropriadamente andar com o Senhor.
Primeiro. Preferes seguir sendo católico romano, tendo como cabeça visível ao sumo pontífice da religião babilônica, debaixo das rédeas de uma elite clerical autoritária e mundana? Escolhes a uma religião sincretista, que pratica a idolatria e é continuadora dos mistérios pagãos babilônicos, que aparenta ser fiel ao Senhor, mas que na prática é considerada a grande prostituta pela Palavra de Deus? E deste sistema se conhece muito de suas intimidades e infidelidades, para que continuemos crendo em suas mentiras.
Segundo. Queres continuar no protestantismo com suas incontáveis denominações, com suas organizações com nomes de que vivem, mas que na realidade estão mortas? É verdade que o Senhor tem abençoado muito em seu aspecto global este movimento, mas não são poucas as coisas que o Senhor condena e repreende, tem chegado a hora de que se efetue um giro face a restauração das coisas nos propósitos do Senhor.
Terceiro. Ou te decides a servir ao Senhor na apropriada vida da Igreja, do amor fraternal, Filadélfia, a que guarda a Palavra de Deus, a que não nega o nome do Senhor, na legítima comunhão, autoridade e vida do Corpo de Cristo em cada localidade?É necessário que permaneçamos fiéis ao Senhor na única igreja que é perfeitamente fiel. Filadélfia é o caminho direito e apropriado da Igreja de Jesus Cristo.
Quarto. Por último, começas a sentir-te orgulhoso diante de Deus, te gabas de teus muitos conhecimentos doutrinais, apartando-te da prática da vida do Espírito e cais na condição de Laodicéia, das democráticas opiniões e direitos das pessoas? Sentes-te orgulhoso de tua posição e te gabas diante dos católicos, protestantes, denominações e seitas? O Senhor vomitará de sua boca aos orgulhosos, jactanciosos e arrogantes de Laodicéia.

Um comentário:

FORA DA IGREJA disse...

achei esse blog ou email como for,muito bom e gostaria de me comunicar com os irmaos ,meu email é , pauloossuoski@hotmail.com