A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética

A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética
Tradução do livro "La Iglesia de Jesucristo, una perspectiva histórico-profética" de Arcadio Sierra Diaz

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

V- Sardes ( 3ª Parte )

Capítulo V.
SARDES
(3a. parte)

Os grandes movimentos e denominações

As origens dos diferentes movimentos e organizações eclesiásticas do protestantismo não foram puramente religiosas. Entraram no jogo outros fatores como os políticos, nacionais, sociais e pessoais. As igrejas nacionais se interessaram mais por perpetuar sua instituição que em serem fiéis ao Senhor e servirem-lhe conforme os ensinamentos de Cristo, e por isso é que no século XVIII surge uma nova reação ainda dentro de Sardes. Trata-se dos que se negaram a seguir participando das igrejas nacionais, hora porque tiveram novas luzes sobre certas verdades bíblicas, hora porque se negavam a seguir participando do pecado alheio e outras razões, mas optaram por abrirem passo com outro avivamento, pois do primeiro somente havia ficado o recipiente de onde havia bebido a primeira geração; só ficava a conformação externa, e se abriram abaixo a bandeira e pretexto de doutrinas ressaltadas, abrindo primeiro igrejas dissidentes, as que mais tarde deram lugar à formação das grandes denominações históricas, mas estas grandes organizações denominacionais correram a mesma sorte, de tal maneira que se seguem disputando a possessão da melhor organização, do vaso mais reluzente, de onde a duras penas ficará alguma gotinha da primeira benção de Deus. Para que o vaso seja perfeitamente cheio da graça e benção genuína de Deus, é necessário ir ao principio bíblico, à norma de Deus. Por isso é que as obras de Sardes resultam ser boas, mas não perfeitas. É necessário saber como se receberam as coisas de Deus no principio. Aí estão na Bíblia. Aí está o depósito completo. Claro que os reformadores restauraram a leitura da Bíblia aos idiomas vernáculos, mas com o agravante de que não foi entendida e obedecida em sua justa medida. Os homens preferiram abrir os estatutos, as normas feitas pelos outros homens, seguir as heranças e tradições religiosas, os compromissos políticos, que abrir o livro dos Atos, as epístolas apostólicas, o Apocalipse e seguir o caminho fixado pelo Senhor.Dentro do panorama reformista inglês houve uma época em que se vislumbravam três diferentes tendências: o elemento romanista, que propugnava por uma nova união com Roma; o anglicano, que estava de acordo com a moderada reforma de Henrique VIII e Isabel I, e um terceiro grupo de protestantes radicais, de donde surgiram os puritanos, congregacionais, batistas, Quaquers, metodistas, e outros. No começo as pessoas que organizaram as igrejas independentes foram submetidas à severa perseguição e oposição por parte dos dirigentes das igrejas nacionais européias, os acusando de causar divisões e apelidando-os de sectários. Mas tenha-se em conta que as igrejas nacionais, havendo acabado mortas, além dos verdadeiros filhos de Deus, os que o pertenciam pela fé, incluíram pelo batismo aos não crentes; então aqueles que se apartaram foram dos que em verdade haviam crido, e havendo sido tocados pelo Espírito Santo, saiam do meio das filhas da grande prostituta. Mas as novas congregações também acabaram mortas. Está o protestantismo morto de todo? Não, porque há em seu seio umas poucas pessoas sem si contaminar, as quais são usadas por Deus poderosamente.Queremos deixar por certo que círculos religiosos romanistas, para defender sua postura e outros obscuros motivos, têm insistido na desinformação de que os movimentos protestantes que têm penetrado nos países do terceiro mundo e em especial aos da América Latina, se apegam à Bíblia como critério único e inefável de fé e moral e a seguem literalmente porque se baseiam em um fundamentalismo norte americano. Não é raro que se trate de uma seqüela de algum suspiro do fantasma da famosa teologia da liberação, e sorrateiramente se identifique com suspicácia ao protestantismo com o capitalismo associado ao imperialismo norte americano. No presente estudo não fazemos uma analise exaustiva do assunto, mas tratamos de apresentar a verdade de tal maneira que se esclarece que a maioria dos grandes movimentos protestantes se originaram na Europa, inclusive antes do desenvolvimento dos países no território norte americano, e que os movimentos protestantes norte americanos, por princípios constitucionais, não foram oficializados nem relacionados com o Estado. Sabe-se que os colonizadores pioneiros da América do Norte foram muitos dos irmãos protestantes que fugiam das perseguições de que eram objeto por parte dos intolerantes magnatas religioso políticos europeus.

Anabatistas. Já temos comentado que por razões de herança profeticamente analisadas, o luteranismo e a Reforma em geral em muitos aspectos constituíram uma continuação do sistema católico romano, pois em princípio o luteranismo recusou só aquelas características do catolicismo que ao parecer dos reformadores iam a sentido contrário das Escrituras. Em muitos territórios europeus as igrejas reformadas pretenderam ser "a igreja" em seu respectivo país, tratando de fazer entrar na igreja visível a todos os que nascessem na comunidade, não obstante que um dos princípios fundamentais da Reforma era a salvação pela fé. Inclusive na Dieta de Augsburgo, houve alguma disparidade entre as confissões de fé apresentadas em separado por Lutero e por Zwinglio. Em meio a toda essa confusão, se levantaram grupos de reformadores radicais (uns mais radicais que outros), que tinham às Escrituras como sua autoridade e desejavam voltar ao cristianismo primitivo, recusando tudo o que havia vindo por meio do catolicismo romano, trabalhando na formação de igrejas não identificadas com o mundo, compostas por pessoas que houvessem experimentado o novo nascimento.Nos começos da Reforma, entre os que lideravam aos mais radicais, estavam André Carlstadt e Tomás Müntzer, colaboradores próximos de Lutero no começo, quem estava ansiosos por acabar com todos os remanescentes da "igreja papista" e dos opressores de toda índole; lhe deram aos laicos tanto o pão como o vinho, recusaram as imagens, alguns sacerdotes e monges se casaram (isto o deixaram à consciência individual), caíram em desuso a confissão e os alunos, se permitiu o idioma germânico no sermão e a eliminação gradual dos altares, se aboliram as associações religiosas, suprimiram o batismo de crianças por ser contrário às Escrituras, e voltando a batizar os adultos, razão pela qual foram chamados anabatistas (rebatizadores). Recorde-se que o batismo de crianças é baseado nas doutrinas de Agostinho de Hipona. Não se pode determinar com precisão quando se originaram os anabatistas; mas se tem conhecimento de que o centro dos primeiros anabatistas foi Zürich, pois se associaram com Conrado Grebel (1498-1526), Félix Manz e Jorge Blaurock, integrantes de proeminentes famílias e antigos colaboradores de Zwinglio em Sürich, Suíça, mas que iniciaram um movimento ainda mais radical que o de Zwinglio, movimento que se conhece como os Irmãos Suíços, que estabeleceram contato com Carlstadt. Grebel foi executado, afogado, por ordem do conselho municipal.Os anabatistas foram perseguidos tanto pelo papado como por protestantes, porque viam neles uns revolucionários perigosos, que transtornavam a ordem estabelecida; além disso, devido a que batizar-se de novo era um delito que se pagava com a morte, de acordo com o código de Justiniano, incorporado em o Corpus Iuris Civilis (Código Civil vigente na Europa nessa época). Os anabatistas também recusaram o modelo da simbiose igreja-sociedade estatal, identificando o batismo com a profissão de fé de um crente em Jesus Cristo. Reuniam aos crentes em congregações separadas do mundo, desejando voltar ao cristianismo do primeiro século e libertá-lo das corruptas inovações de Roma. Lutero os chamou fanáticos, em parte porque alguns, os mais radicais, quiseram chegar a extremos perigosos como o de incitar a matar a certos ímpios. Os anabatistas constituem a si mesmos as raízes do posterior surgimento de importantes movimentos como os batistas e os Quaquers.

Menonitas. Este movimento teve suas raízes no anabatismo. Toma seu nome de Menno Simonis (1496-1561), nascido na Frisa Ocidental, quem originalmente foi ordenado ministro anabatista depois de haver sido consagrado sacerdote ao serviço do catolicismo romano, mas um ano depois de haver sido ordenado sacerdote teve dúvidas quanto à eficácia da missa. Todavia ao serviço do romanismo, e estudando a Bíblia, foi comovido profundamente pela execução de anabatistas em sua região. Por outro lado, por seu estudo escriturário, teve o convencimento que tanto o catolicismo romano como as correntes protestantes estavam no erro enquanto à prática do batismo infantil. O 30 de janeiro de 1536, Menno Simonis renunciou publicamente a seus vínculos com o catolicismo romano. Refugiou-se muitos anos nos países baixos, vítima de perseguições, mas apesar disso, estendeu seus trabalhos missionários até a Alemanha, Dinamarca, Holanda, escrevendo, organizando congregações, e foram escrito várias confissões de fé. Os menonitas chegaram a ser numerosos na Holanda e em várias regiões da Alemanha. Obrigados pela perseguição, e negando-se à resistência armada, os menonitas se dispersaram extensamente, chegando inclusive a estabelecerem-se no território do continente americano.

Os puritanos e o Novo Mundo. Na Inglaterra grande parte dos protestantes se identificaram com o calvinismo, dando origem aos chamados puritanos, que mais tarde colonizaram muitas das terras da América do Norte. Recorde-se que o barco Maryflower zarpou da Inglaterra em 1620 com um grupo de Separatistas que fundaram a Plymouth; eram os chamados pais peregrinos. Suas raízes se remontam desde o reinado de Henrique VIII. Muitos deles se refugiaram durante o reinado de Maria Tudor, filha de Catarina de Aragom, e reinando Isabel I tiveram contatos com os irmãos de Basiléia, Estrasburgo e outras cidades de onde se havia desenvolvido a Reforma. Ensinavam os puritanos a teologia dos convênios ou pactos, na qual as promessas que Deus lhes havia feito aos homens, estavam condicionadas à obediência do homem. Compreendia o pacto de graça entre Deus e Seus eleitos, e o pacto de obras entre Deus e Adão como representante de toda a humanidade. Reprovavam o episcopalismo em favor do presbiterianismo e não desejavam deixar de pertencer à Igreja Anglicana, ainda que um grupo importante deles anelava uma igreja mais autônoma, igual àquelas estabelecidas em Genebra e Escócia. Durante o reinado de Isabel, Tomás Cartwright, nomeado professor em divindade em Cambridge em 1569, foi um dos grandes exponentes do puritanismo presbiteriano.Durante o reinado de James I (reinou entre 1603 a 1625), sucessor de Isabel, influíram para que se realizasse a mais famosa das traduções bíblicas ao idioma inglês, a versão do Rei James, feita por cinqüenta e quatro eruditos da época, por encargo deste monarca e publicada em 1611. Destaca-se a figura do puritano João Milton, intimamente relacionado com o governo de Cromwell (1653-1658), quem se escapou da forca, e é muito conhecido por sua obra O Paraíso Perdido, na que descreve o drama humano abaixo a perspectiva cristã. Nessa época se impôs o elemento independente ou congregacional nos toldos puritanos. Depois da guerra de 1688, protocolizou sua independência da Igreja de Inglaterra, obtendo direitos como organizações separadas. Dos puritanos surgiram três grandes denominações, a Presbiteriana, a Congregacional e a Batista, as quais, como todas as demais agremiações protestantes inglesas, já para a primeira metade do século XVIII em um frio formalismo, levados mais por una crença intelectual que por uma vida de fé subjetiva. O racionalismo e o materialismo iam invadindo tudo, e as organizações protestantes oficialmente estabelecidas em muitos países europeus entram em uma espécie de letargia e aburguesamento.

Batistas. Os batistas tiveram sua origem na Inglaterra nos tempos de James I, e seu nome lhes veio porque recusavam o batismo infantil, e faziam ênfase em que fosse administrado somente aos crentes cristãos, daí seu apelido. Esse foi o principal aporte batista no trabalho da restauração da Igreja, e sua teologia foi originalmente de caráter calvinista. Os primeiros batistas se contavam dentro dos separatistas (congregacionais) anglicanos, os quais advogar pela formação de igrejas "reunidas", não compostas pelos habitantes de uma área dada, senão só pelos que conscientemente eram cristãos. A primeira igreja batista inglesa começou em Amsterdam sob a liderança de John Smith (morreu em 1612), um graduado de Cambridge, de corrente teológica arminiana. Foram os ascendentes espirituais dos Batistas Gerais da Bretanha. Tomás Helwys, antigo discípulo de Smith, depois de haver-se desassociado dos menonitas, fundou em 1612 fora dos muros de Londres a que parece haver sido a primeira igreja batista em solo inglês.Depois da morte de James I, como uma secessão dos separatistas, surgem os chamados Batistas Particulares, pois criam em uma expiação restringida, particular, limitada só para os eleitos, de teologia da linha calvinista. Estas duas correntes batistas, a de caráter geral da expiação de Cristo (arminiana) e a particular (calvinista), continuaram separadas até fins do século dezenove. A característica atual do movimento batista é bem mais simples. Cada congregação é autônoma de tipo democrático, regidas por um pastor e um conselho de diáconos, encarregados do cuidado espiritual e material da comunidade, e em geral são inimigos da centralização. Existe uma Aliança Batista Mundial que se reúne periodicamente com delegados de todo o mundo. Foi famoso o pregador batista de Bedford, John Bunyan (1628-1688), autor de sua autobiografia A Abundante Graça para o Primeiro dos Pecadores, onde narra a ardente fé que experimentou depois de uma prolongada luta ante uma onda de depressão; mas é mais conhecido por sua difundida obra escrita no cárcere, O Progresso do Peregrino, uma formosa alegoria da conversão e a vida cristã, hoje conhecida até por versões cinematográficas.Os batistas se têm caracterizado por serem grandes missionários, e em 1638, Roger William e John Clarke, foram os primeiros batistas de relevância chegados ao território americano. Atualmente nos Estados Unidos estão divididos na Convenção do Norte e a Convenção do Sul, a raiz do conflito racial chamado a Guerra de Secessão.Em 1792 foi organizada a Sociedade Missionária Batista, impulsionada principalmente pelo britânico Guilherme Carey (1761-1834), de uma humilde família, mestre autodidata, sapateiro, missionário na Índia e pastor espiritual. Começou seu trabalho com a ajuda somente de uns poucos amigos, partindo para a Índia em 1793. Em 1801 traduziu o Novo Testamento ao bengali, chegando a fundar mais de 150 escolas, duas sociedades agrícolas e uma caderneta de poupança.No século XIX correm na Europa fortes ventos de liberalismo teológico, concebidos como seqüela de pensadores da linha do Francês John James Rousseau (1712-1778), dos alemães Emmanuel Kant (1724-1804) e Jorge Guilherme Frederico Hegel (1770-1831), do escocês David Hume (1711-1776), entre outros, como um reverdecimento do racionalismo da centúria precedente; e essa teologia liberal relacionada com a alta crítica, provocou uma profunda crise espiritual inclusive nos círculos batistas ingleses, com suas repercussões por muitos países do mundo. Para fazer frente a essa situação, o Senhor levanta um grande pregador batista da linha teológica calvinista, o pastor Carlos H. Spurgeon (1834-1892), apelidado o "príncipe dos pregadores". Inusitadamente na época, logrou atrair ao evangelho ortodoxo as massas obreiras, endurecidas e decepcionadas do elitista anglicanismo.

Quaquers. Nos tempos do governo de Olivério Cromwell na Inglaterra (1649-1660), surgem os Quaquers, como um dos grupos radicais associados com o puritanismo inglês. O nome oficial do movimento era a Sociedade dos Amigos, fundado por Jorge Fox (1624-1691), homem de origem humilde, com a muita cultura e um amplo conhecimento das Escrituras. De formação puritana, Fox, a idade precoce horrorizava-se do contraste entre a profissão de cristão nominal e sua vida prática, sofrendo durante quatro anos uma severa depressão espiritual, anelando ter um acesso livre e direto a Deus. Não encontrando ajuda eficaz entre os sacerdotes e pregadores, chegou a ter um desdém por eles, chegando ao convencimento de que a verdade salvífica não se encontrava necessariamente nas elaboradas confissões de fé. No ano 1647 sua vida deu um virada quando pode sentir a realidade de Cristo em sua vida, e essa Luz Interior lhe impulsionou a ser um homem novo, renunciando à prática da hipocrisia e o formalismo religioso; insistindo na simplicidade no se vestir, no comer, no falar; demandou um trato justo para os desprotegidos, como os índios americanos, os presos nos cárceres; pronunciou-se em favor da tolerância religiosa universal; na sociedade Quaquer ensinavam que o corpo de crentes não devia ter sacerdote nem ministro com salário, e outras muitas facetas que lhe valeram ao cárcere muitas vezes. Viajou pregando pela Inglaterra, Gales, outros países europeus e América, onde se multiplicaram seus seguidores. O nome do movimento, Quaquer (quaker), se deriva do fato de que Fox cominava a seus juízes a tremerem (quake) ante Deus. Muitos deles foram perseguidos e até executados ainda em terras americanas.Um famoso dirigente e distinguido teorizante do movimento Quaquer na segunda metade do século XVII foi Guilherme Penn, filho de um almirante inglês nos tempos de Carlos II, quem definitivamente se estabeleceu nas colônias inglesas da América do Norte, onde fundou uma proeminente comunidade Quaquer.

Presbiterianos. A origem do movimento presbiteriano se relaciona com John Knox na Escócia e Irlanda. Nos Estados Unidos está relacionado com a pregação de Jonatan Edwards (1703-1748) e o grande despertar. Jonatan graduou-se na universidade de Yale e sucedeu a seu avô materno Salomão Stoddard como ministro na igreja congregacional de Northampton; costumava combinar o calvinismo com o neoplatonismo. O presbiterianismo tem também raízes puritanas inglesas, mas lhe introduziram ares de teologia liberal no século XIX. Seu nome deriva-se devido a que suas congregações se governam pelo sistema de um conselho de anciãos (presbíteros), com um pastor com determinadas funções, mas de igual autoridade. Suas características são muito parecidas aos Congregacionalistas, também de convicções calvinistas ao menos em suas origens, mas o Conselho Nacional de Igrejas Congregacionalistas não podiam evitar a introdução em suas filas da teologia liberal, a alta crítica alemã e o pragmatismo.Nos Estados Unidos em 1789, depois da guerra de independência, os presbiterianos, como outras confissões protestantes, formaram uma Assembléia Geral autônoma de tipo nacional e independente da matriz européia, ainda que não de caráter "oficial", pois desde seus começos nos Estados Unidos têm havido total liberdade religiosa. Os presbiterianos tem se dividido em vários ramos denominacionais, das quais só nos Estados Unidos há mais de dez.

Metodistas. Na primeira metade do século XVIII, devido sobre tudo à tolerância e liberdade religiosa, os círculos eclesiásticos ingleses sofreram um declínio espiritual, por meio daquele aburguesado clero anglicano surge um grande despertamento, preferencialmente porque o Senhor levantou homens de fé do tipo de João e Carlos Wesley e Jorge Whitefield, ardentes propagadores da fé, dos quais Whitefield era o mais destacado e eloqüente pregador. Carlos compôs centenas de hinos. Jorge Whitefield (1714-1770) nasceu em Gloucester (Inglaterra) em uma família pobre. Estudando na universidade de Oxford em 1733, sua vida se associou estreitamente com os irmãos Wesley, com quem o Senhor restaurou outros aspectos na Sua Igreja, como aquele de tirar o templo. Whitefield, anglicano como os irmãos Wesley, viajou pregando pelo território das Treze Colônias americanas, chegando inclusive a comover ao ultra prático e tão pouco ortodoxo em matéria religiosa, Benjamín Franklin; teve muitos seguidores principalmente entre os presbiterianos e congregacionales. Quando Whitefield se separou dos Wesley, levantou uma agrupação chamada os Metodistas Calvinistas Galeses. Note-se que cada avivamento surgido provocada novas divisões nos diferentes movimentos protestantes. É uma constante; os que se apóiam no statu quo de atitude fria e racional terminam por não se entendereme com os verdadeiramente envolvido em um avivamento espiritual, ou simplesmente porque não estavam de acordo com certas manifestações e excessos emocionais.O dos Metodistas na Inglaterra e América do Norte foi dos grandes movimentos surgidos da Reforma, no qual representaram um papel muito importante Jorge Whitefield e John Wesley (1703-1791), nascido em Epwort em uma família ancestralmente pastoral. John e Carlos eram filhos do clérigo anglicano Samuel Wesley (1662-1735), filho, à sua vez, de um clérigo dissidente. John estudou teologia e literatura em Oxford, e se destacou por ser o dirigente e estadista do movimento metodista. Seu talento peculiar era a organização e a administração. Foi ordenado sacerdote da igreja anglicana em 1728, e como clérigo anglicano vinha sentindo um grande vazio espiritual, não obstante que em Oxford havia fundado com seu irmão Carlos w Jorge Whitefield, um Clube Santo, ou reuniões para fomentar a santidade, sem que faltassem as intenções de dar um bom testemunho ao resto dos estudantes; o vazio seguia manifestando-se. Em 1735 foi decisivo para ele ter seu primeiro contato com os irmãos morávios relacionados com o conde Zinzendorf; e de quem obteve o conhecimento experimental da vida no Espírito, tal sucesso ocorrido no navio durante a viagem missionária que fez com seu irmão Carlos a Georgia, chegando a conhecer e relacionar-se com Spangenberg, um de seus dirigentes. Uma vez de regresso em Londres, experimentou sua repentina conversão, graças à intervenção do pastor morávio Böhler, iniciando um período de avivamento espiritual e se interessaram por evangelizar aos pobres, analfabetos e marginalizados.John e muitos membros do movimento receberam também impressão profunda de William Law (1686-1761), místico notoriamente influenciado por Jacob Boheme, e autor de Um Tratado Sobre a Perfeição Cristã e Um chamado Sério a uma Vida Santa e Consagrada. O movimento não deixou de ter seus inconvenientes para manter a unidade. Surgiram discrepâncias com os morávios, e entre Whitefield e Wesley. Deve-se ter em conta que Whitefield era calvinista convencido, com a doutrina da predestinação a bordo, enquanto que John Wesley havia sido cultivado na teologia da linha arminiana. Não obstante, que Wesley quis sempre manter aos metodistas dentro do sistema anglicano, não a considerando como uma denominaçao separada, o rompimento se deu, pois as autoridades anglicanas olhavam com receio esse mover pietista dentro de seus próprios toldos. Por seus costumes disciplinares, a seu movimento foi dado o apelido de Metodista, mais tarde título oficial de um movimento mundial. De acordo com o costume morávio, Wesley introduziu em seu movimento os ágapes (festas de amor). Ele organizou e multiplicou as sociedades dentro do movimento, mas as entreteceu em uma organização inclusiva. Percorria as sociedades a lombo de cavalo, pregando até quinze sermões por semana, sem que necessariamente o fizesse dentro dos recintos dos templos, e isso escandalizou os círculos clericais de seu tempo. Pelo estudo da Palavra, Wesley se convenceu que no Novo Testamento os presbíteros e os bispos eram da mesma ordem. Ao morrer, Wesley havia convocado um corpo de uns 540 pregadores para uma povoação de mais de 120.000 adeptos metodistas. Nos Estados Unidos foram organizados os metodistas por Wesley depois da guerra da independência em 1784. À morte de Wesley em 1791, foi formalmente constituída a Igreja Metodista Wesleyana, totalmente desvinculada da anglicana, que se estendeu por muitos países de todos os continentes, e de onde posteriormente, como de todas as grandes denominações, se desprenderam ramos dissidentes que adotaram novos nomes. O governo eclesiástico do movimento metodista em alguns casos é episcopal e em outros presbiteriano, mas em todos os casos de autoridade hierarquizada.

David Livingstone (1813-1873). Este pioneiro das missões protestantes na África, nasceu em Blantyre, Escócia, procedente de uma família humilde e muito religiosa. No começo se preparou suficientemente em teologia e medicina para embarcar como médico missionário na China, o qual não foi possível devido a uma guerra entre Grã Bretanha e China, indo, por isso, à África do Sul. Por seu caráter não denominacional solicitou integrar à Sociedade Missionária de Londres. Viajante incansável, na África negra se interessou pelo gravíssimo problema da caça e venda de negros como escravos, denunciando estes atos ante as autoridades britânicas. São dignos de mencionar a si mesmo os irmãos Carlos Grandinson Finney (1792-1875), evangelista e pregador americano nas Ilhas Britânicas; escritor. É famosa sua obra Conferências sobre Avivamentos de Religião. Dwight Lyman Moody (1837-1899), famoso pregador e compositor de hinos.

Ecumenismo

Por ecumenismo se entende a união das diferentes correntes, organizações, denominações, movimentos, missões do cristianismo nominal, mais a nível institucional que no marco da comunhão espiritual corporativa. No século XIX, surge dentro do protestantismo o Movimento Ecumênico, que se estendeu a alguns dos corpos eclesiásticos orientais e a certos indivíduos que ainda militavam dentro do catolicismo romano. Este surgimento se associa mais tarde com destacados líderes protestantes, como o norte americano Juan R. Mott (1865-1955), do movimento de Estudantes Voluntários para as Missões Estrangeiras. Iniciou-se este movimento por uma relativa unidade dos diferentes ramos do cristianismo protestante, sobre tudo em torno à cooperação em fazer os planos e ações através das linhas denominacionais, mas sem a participação dos corpos eclesiásticos. Os trabalhos se iniciam mais a nível individual ou grupal. No começo foram organizadas muitas associações parciais como as Associações Cristãs de Jovens, em 1844; a Aliança Mundial de Associações Cristãs de Jovens, em 1855; a Associação Cristã Mundial de Senhoritas, em 1894; a União Mundial de Esforço Cristão e a Federação Mundial de Estudantes Cristãos, em 1895; a Associação Mundial de Escolas Dominicais, em 1907. Os movimentos, grupos e pessoas comprometidas nestas diferentes associações, nunca deixavam de serem leais as suas respectivas congregações e denominações.Através dos anos houveram muitos intentos de unidade e cooperação entre as distintas correntes, movimentos, missões e denominações cristãs, e uma das mais importantes foi a Aliança Evangélica, iniciada em Londres em 1846, com mais de oitocentas delegações de muitos países. Mas por muitos esforços encaminhados pela unidade, as divisões crônicas a impediam de tal maneira que surgiam novas divisões. Das tantas conferências interdenominacionais mundiais ou regionais que se seguiram, é importante mencionar a Conferência Missionária Mundial, celebrada em Edimburgo em 1910, que veio a ser um marco na história do Movimento Ecumênico, e onde teve parte ativa Juan R. Mott, que a presidiu. Esta assembléia foi a autora de duas organizações, a Conferencia Mundial sobre Fé e Ordem e o Conselho Cristão Universal pela Vida e Obra. Estes dois corpos eclesiásticos, depois de 1914, se uniram para formar o Concílio Mundial de Igrejas, conhecido como CMI, constituído oficialmente em Amsterdam em 1948, ano em que foi constituído o moderno estado de Israel, dando início às profecias dos últimos tempos. Iniciou-se com um agrupamento de mais de cem diferentes denominações, incluindo várias das igrejas católicas ortodoxas, associações de jovens cristãos católicos da Polônia e a Igreja Ortodoxa Grega. As denominações batistas e metodistas são talvez os mais avançados em matéria de ecumenismo. O CMI adotou o Credo de Nicéia a fim de deixar aberta a porta a todas as confissões religiosas que estejam de acordo com seus postulados. Ainda dentro do protestantismo, o CMI tem sido criticado por suas implicações políticas, por seu intenso contato com o Vaticano, e pelos que proclamam um cristianismo baseado na conversão a Cristo mediante um novo nascimento e não através da educação e tradição.A respeito do ecumenismo diz Olabarreita: "Os protestantes aspiram a formar uma grande instituição universal centralizada parecida à católica, o que lhes desqualifica automaticamente para poder ser o pequeno rebanho do Senhor. E além disso, salta à vista sem dúvida alguma que o protestantismo futuro, potenciado pelos símbolos e sacramentos aos que aponta Tillich tão claramente, se acerca sobremaneira ao tronco católico do qual saiu. Movidos por estas aspirações e ambições de super-igreja, têm conseguido fundar o Conselho Ecumênico de Genebra, que hospeda a quase todos os protestantes do mundo, desde os presbiterianos dos Estados Unidos até os batistas de Birmania. Também têm logrado formar a ‘Federação Luterana Mundial’, a ‘Aliança Reformada Mundial’ e o ‘Conselho Metodista Mundial’, cujas diretivas se tem localizado no mesmo edifício que o Conselho Ecumênico de Genebra". (Santos Olabarrieta. "Cristo e Sua Igreja". Fort Lauderdale, Fl. USA. Pág. 28-29)O ecumenismo esta intimamente relacionado com a apostasia, relacionada a sua vez em primeira instância com a dissolução da legítima expressão da união do Corpo de Cristo e a dogmatização de erros que se contrapõe a verdades fundamentais das Escrituras que têm que ver com a vida da Igreja do Senhor. A união do Corpo de Cristo não se consegue com o fato de que as diferentes vertentes do cristianismo nominal se reúnam e se ponham de acordo em muitos aspectos. Como disse o teólogo K. Barth: "Toda divisão, como tal, é um profundo enigma, um escândalo". Na localidade de Corinto, por suas contendas carnais, já em seus corações egoístas os irmãos começaram a dizer: Eu sou de Paulo; e eu de Apolo; e eu de Cefas; e eu de Cristo. Quando Paulo lhes escreve pelo Espírito Santo condenando essa atitude, já estavam às portas de protocolizar a divisão. Se isso houvesse acontecido, as rivalidades de caráter pessoal e confessional houvessem seguido; então haveriam se levantado algumas vozes sensatas e lhes proporiam organizar um conselho que se reunisse anualmente com delegados das quatro facções, para ter certa classe de aproximação ecumênica. Isto haveria resolvido o problema? O haveria aprovado o Senhor por meio de Paulo? A Bíblia diz que não.

Vestiduras sem manchas

" 4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. ".Não obstante ser considerado Sardes em sua condição global como morta, há pessoas fiéis ao Senhor, líderes que não têm manchado suas vestiduras com a morte, espiritualmente vivos e usados por Deus. As vestiduras refletem as obras na fé dos santos, e mais que isso, a vida e a ação do Espírito Santo no espírito e no coração da pessoa, é o andar do crente e o que realmente é em seu viver. Esse revestimento é Cristo mesmo refletido em cada pessoa. Se a pessoa têm manchado seu vestido é porque há contaminação de morte; não necessariamente pelo pecado, porque a natureza da morte é mais contaminante que o pecado.2 Por outro lado as vestiduras brancas refletem a pureza, a vida de Deus, a aptidão para andar com o Senhor. O Senhor tem muito em conta também nestes nomes como pessoas individuais, não necessariamente no sentido corporativo, e no curso da história têm levantado servos a quem têm santificado e lhes tem revelado sua vontade para essa conjuntura histórica na vida da Igreja. Estes gigantes, pode ser que hajam recebido certa orientação profética ou hajam feito ênfase em alguma verdade ou doutrina em particular, e são os instrumentos para eventuais e grandes avivamentos, que as seguintes gerações não sabem conservar, e o Senhor se vê precisando buscar outra pessoa para dar-lhe uma nova graça, revelação e benção, com o resultado de um novo avivamento e de uma nova separação, porque os guiados pelo Senhor são objeto da oposição dos que não vêem o propósito de Deus nas coisas. Na prática, em todo avivamento há separações, não causadas necessariamente pela pessoa escolhida por Deus. Lutero não queria separar, mas o sistema religioso imperante o separou.

Os vencedores de Sardes

" 5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. " (Ap 3:5, 6).De que têm de sair vitoriosos os vencedores em Sardes? Da morte que prevalece dentro do sistema do protestantismo. Em outras partes da presente obra temos explicado que as promessas que aparecem nas sete cartas para os vencedores, são prêmios que têm de ter cumprimento no reino milenar do Senhor Jesus Cristo. De acordo com o andar nesta era da graça, assim será a retribuição na era do reino, sem que isto tenha que ver com a salvação, que é um presente de Deus. Aqui aparecem três recompensas para os vencedores de Sardes: Vestiduras brancas, não serão apagados seus nomes do livro da vida e serão confessados seus nomes diante do Pai celestial e Seus anjos.De acordo com os versos 4 e 5, vemos que o crente cristão necessita das vestiduras. A vestidura do verso 4 representa a Cristo que recebemos e que vem a nós dando-nos a vida de Deus, sendo fato para nós a justificação, redenção e salvação em forma objetiva. " O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; " (Lc. 15:22). " Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, " (1 Co. 1:30). A do versículo 5 representa a Cristo que mora em nós, que vivemos em nosso andar, nossa justiça subjetiva, pela qual possamos dizer como Paulo: " Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; " (Fp. 1:21; 3:9).O nome do vencedor não será apagado do livro da vida. Para entender isto é necessário saber que existe um livro nos céus onde têm sido escritos os nomes de todos os santos escolhidos por Deus e predestinados para participar das bênçãos que Deus tem preparado para eles, as quais são dadas na era da Igreja, durante o milênio depois que o Senhor regresse e por último na eternidade. " alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus. " (Lc. 10:20b). Estás tu seguro de tua salvação? " 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. " (João 10:27,28). Se teu nome está escrito no livro da vida agora mesmo estás recebendo algumas bençãos tais como a redenção, o perdão dos pecados, a vida eterna, a regeneração, a natureza de Deus, a santificação, a renovação, a justificação e outras. Se durante este tempo tu amadurecer em tua vida espiritual e chegas a ser um vencedor, o Senhor não apagará teu nome durante o milênio, senão que como prêmio o Senhor te permitirá participar com Ele no reino milenar, incluindo as bençãos de Seu gozo e repouso. " Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. " (Mt. 25:21).Nesta era da Igreja, um como humano necessita de certos incentivos para poder cooperar com a graça de Deus e fazer a correta e verdadeira obra do Senhor na construção da Igreja, mas se tu não avanças com Ele, se te contentas de pronto com ser um crente mais do montão, um menino espiritualmente, não te interessa vencer sobre o statu quo reinante, então teu nome é apagado do livro da vida durante a dispensação do reino e não terás participação com o Senhor nele, nem receberás as bençãos para esse tempo. Significa isso que perdem a salvação? De nenhuma maneira; senão que durante esse tempo os não vencedores são disciplinados como o servo mal que foi lançado às trevas exteriores até alcançar o amadurecimento necessário para participar das bençãos que Deus têm prometido para a eternidade na Nova Jerusalém quando seus nomes serão escritos novamente no livro da vida. Quais são essas bençãos eternas? O reinado eterno com Deus na Nova Jerusalém, o sacerdócio eterno, a árvore da vida, a água da vida. " 3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. 14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. " (Ap. 22:3-5,14,17).Os nomes dos vencedores também serão confessados pelo Senhor diante do Pai e de Seus anjos na era do reino milenar na terra. Inclusive aqui neste tempo de vida humana, às pessoas lhes agrada que seus nomes sejam confessados diante de altas personalidades e figuras de certo prestígio. Isso tem algo que ver com o período de Sardes? Desde suas raízes a história do protestantismo se tem visto relacionada com a vinculação de altos perssonagens, imperadores, reis, príncipes, eleitores, dignatários políticos e religiosos, abrindo-se passo por meio da política e a espada. Mas a casa construída pelos homens será deixada deserta (cfr. Marco 23:38).

Pietismo Ao largo do comentário de Sardes se têm destacado alguns irmãos dignos de terem-se por vencedores, e que junto com milhões de irmãos a maioria desconhecidos tem derramado seu sangue em seu afã de ser fiel ao Senhor, buscando acercar-se ao ideal bíblico da Igreja. Associados com certas correntes anabatistas, surgem os huteritas, ou Irmãos Huterianos, por seu líder James Hutter, torturado e queimado em 1536, que praticaram por muitas gerações a comunidade de bens, dos quais se destacaram os de Morávia, e que sofreram severamente na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Outro grupo de princípios anabatistas foi a Igreja dos Irmãos, ou Taufers, cujo fundador, Alexandre Mack, com oito irmãos mais, em 1708, movidos pelo movimento pietista, tomaram a decisão de ter à Bíblia como sua única regra e guia, e se batizaram por imersão no rio Eder. Inicialmente seus centros foram Schwarzenau, o Palatinado e Marienbborn.O pietismo foi um despertar à vida espiritual mais profunda, que surgiu depois da Guerra dos Trinta Anos, cujas raízes e contribuições as encontramos no misticismo alemão pré-reformista, no puritanismo inglês e nos anabatistas. No século XVII aparece O Verdadeiro Cristão, obra do luterano João Arndt, que originou o despertar de Felipe James Spener (1635-1705), considerado como a origem imediata do pietismo. Quando o movimento se estendeu, os grupos chegaram a se chamar “collegia pietatis”, de onde deriva seu nome. Eles se ocuparam em prol de uma reforma moral e espiritual, pois eram testemunhas da imoralidade de muitos clérigos, e o culto tendia à formalidade e a esterilidade. Era necessário que o Estado interviesse menos nos assuntos da Igreja, recalcando, além disso, a conversão genuína e o cultivo da vida cristã. Spéner foi acusado de sair dos esquemas doutrinais luteranos, mas ele cria firmemente que se a pessoa não estava autenticamente convertida, vivendo em uma retidão de coração, as diferenças doutrinais tinham, relativamente pouca importância. Os ortodoxos luteranos chegaram a acusar a Spener de 283 heresias. Registramos que eminentes músicos da altura de John Sebastián Bach e Jorge Frederico Hændel, extraordinários compositores da melhor música religiosa de todos os tempos, relacionem sua educação no seio de famílias luteranas e pietistas, respectivamente.Também o pietismo exerceu forte influência na Igreja Reformada Holandesa através do escocês André Murray, que exerceu também como missionário na África do Sul. Seus filhos John e André estiveram no íntimo contacto com um movimento de avivamento na Escócia, onde se graduaram. Em Utrecht lideravam um pequeno círculo que reagia contra o racionalismo do século dezoito. Na África do Sul se fizeram ministros da Igreja Reformada Holandesa. André Murray (filho) (1828-1917), se destacou como pastor e escritor de livros de ampla circulação dentro da linha protestante mundial inclinada aos avivamentos e ao chamado cristianismo de tipo evangélico.

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