A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética

A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética
Tradução do livro "La Iglesia de Jesucristo, una perspectiva histórico-profética" de Arcadio Sierra Diaz

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

IV - Tiatira ( 3ª Parte )

Capítulo IV
TIATIRA
(3a. parte)

A Inquisição
Para erradicar as "heresias", o catolicismo se valeu não somente de cruzadas senão também da inquisição. No princípio, a inquisição não era nova. Levemos em conta que as palavras inquisitio e inquisitor provieram da lei romana e, como muita parte da lei canônica, era tradição do Império Romano. Elias se queixa diante do Senhor que o povo de Israel havia deixado o pacto com Deus. O que aconteceu na Igreja? Repetiu-se a história; se trabalhou por outros interesses e outros princípios impulsionavam o cristianismo, o qual se deslizou por um obscuro túnel, até tal ponto de criar uma verdadeira organização destinada à perseguição e aniquilação dos que ansiavam voltar à verdade de Deus. Jezabel, uma prefiguração bíblica veterotestamentária da igreja apóstata, destruía os profetas do Senhor, os matava, e, ao contrário, introduziu na nação uma enorme quantidade de profetas pagãos (cfr. 1 Reis 18:13,19). Jezabel sabe perfeitamente que eliminando aos autênticos profetas do Senhor, o povo de Deus não recebe a verdadeira orientação divina, ficando assim vulnerável aos falsos profetas, que são experientes em guiar aos crentes à idolatria e ao adultério espiritual.A Sagrada Congregação da Inquisição, criada por Paulo III em 1542 para combater a heresia, vale dizê-los que não estão de acordo com a política e os postulados cesaropapistas, é conhecida ainda como Santo Oficio, apesar de que seu nome foi mudado por ordem papal em 1965 pelo de Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. e já havia antecedentes da Inquisição desde o século XII. Por exemplo, a história registra de Inocêncio III (1194-1216) que em seus largos vinte e dois anos de papado fez assassinar mais de um milhão de supostos "hereges". Por mais de 500 anos foi usada esta infame arma da Inquisição para lograr manter-se no poder. O catolicismo romano se adota do direito de decidir o que é correto, e quem não esta de acordo, deve ser eliminado. É este o método de evangelizar que o Senhor manda em Sua Palavra?Durante os períodos de Éfeso e Esmirna, os cristãos foram perseguidos, encarcerados, torturados e mortos por ordem do Império Romano; mas no período de Tiatira, na obscura Idade Média, sua sorte é pior, ao ser cruelmente perseguidos, encarcerados, seus bens confiscados, torturados com os métodos mais sofisticados e levados à forca ou à fogueira, muitas vezes pelo simples ato de encontrar em seu poder um exemplar da Bíblia, tudo isto por ordem de uma instituição criada por quem ostenta o título de vigário de Cristo, o doce Rabino da Galiléia, o mesmo que disse: " 27Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam;28 bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.29 Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; " (Lc. 6:27-29). Por alguma razão nem eles mesmos se atrevem a canonizar a rainha Isabel a Católica, a Jimenez de Cisneros e a Thomas de Torquemada, principais protagonistas da Inquisição espanhola, país onde milhares foram levados à fogueira por sua negativa a "converter-se" e batizar-se à força.Os primeiros inquisidores foram eleitos principalmente entre os dominicos e os franciscanos. Na prática a inquisição tinham o acusado por culpável enquanto não se provara inocente, e não gozava do direito de conhecer a seus acusadores. Há quem calcula que durante os séculos de barbárie, a Inquisição foi responsável pela covarde morte de uns cinqüenta milhões de pessoas, e a quem se lhe imputa esses crimes? Pode acaso uma instituição abstrata, a diferença de um indivíduo, ser julgada moralmente? Esses crimes públicos foram cometidos por indivíduos que desempenhavam papéis e funções abrigados em uma poderosa e tirana instituição político-religiosa, constituída por cima de quais ostentavam o poder político, militar e econômico. Até o momento alguém conseguiu levar a esta avassaladora instituição ante algum tribunal internacional? A instituição culpável de tantos males na terra se lhe há aplicado o termo convenientemente vago de "a Igreja", com conotações obvias, e sem que se confunda com a Igreja de Jesus Cristo. Diz-se que a uma instituição não se lhe pode julgar moralmente, Mas se lhe pode julgar desde o ponto de vista da ideologia que a criou e a sustentou. A respeito disto, o mundo deve ter consciência que o cesaropapismo longe está de ter origem cristã, e que chegou um momento histórico de sua formação em que deixou de ser representativo do autêntico cristianismo bíblico. Tanto se afastou essa instituição dos caminhos de Deus, tão infiel tem sido ao Senhor Jesus, que não há feito senão encher as mãos de sangue, precisamente do sangue dos seguidores de Jesus, obedecendo, não os princípios bíblicos, e sim os que tem ditado o príncipe deste mundo desde suas mentiras edênicas, e "regulamentados" no confuso paganismo babilônico. Acaso o cesaropapismo representou alguma vez ao cristianismo bíblico, ortodoxo e verdadeiro? Ao cristianismo de Pedro e de Paulo? De pronto parece ilustrativa, uma vez que um pouco equívoca com respeito à salvação do homem, a seguinte declaração do escritor inglês Aldous Huxley: "A Inquisição queima e tortura com o objetivo de perpetuar um credo, um ritual e uma organização eclesiástico-político-financiera considerada necessária para a salvação do homem". (ALDOUS HUXLEY, "The perennial philosophy", Londres 1946, pág.221).

O Índice
. Estritamente relacionado com a Inquisição ou como uma de suas atividades, o catolicismo romano elaborou um catálogo de livros cuja leitura proibiu e ordenou corrigir, quando eram contrários aos interesses desse sistema religioso. A Congregação do Santo Oficio (Inquisição) redatou em 1557 um documento titulado de Índex Librorum Prohibitorum (Índice dos livros proibidos), com a lista de livros a expurgar-se. Em janeiro de 1599, o papa Paulo IV decretou o Index romano ou "lista de autores e livros em contra dos quais a Inquisição romana e universal ordenava a todos os cristãos se ponham em guarda, debaixo da pena de castigos e degradação". Mas antes dessa data em outros países haviam publicado outros Índices; por exemplo, em 1571 foi publicado outro em Amberes; outro em Madri em 1584; em 1588 outro em Veneza, e em 1607, em Roma se publicou a edição especial do catálogo ou índice oficial de livros de leitura proibida. Por exemplo, o livro Monarquia, escrito por Dante Alighieri nos começos do século XIV, foi colocado no Índice dos livros proibidos pelo fato de declarar que era necessário para a paz e o bem estar da humanidade o estabelecimento de uma monarquia universal, a qual havia sido designada ao povo de Roma, mas que o imperador recebia sua autoridade diretamente de Deus e não por meio do pontífice romano. Também pela mesma época foi condenado e colocado no índice o Defensor Pacis, livro escrito pelo médico italiano Marsiglio Mainardino e o francês João de Jandum, ambos professores da Universidade de Paris. Este livro, adiantando-se à Reforma, rebateu as pretensões papais da supremacia no Estado e na igreja, pois o papado não deve ter jurisdição sobre as nações; repudiou a idéia de um império cristão universal; declarou que Cristo e os apóstolos não reclamaram para si poder temporal senão que se submeteram a si mesmos e seus bens ao Estado; que o clero devia seguir a norma de absoluta pobreza e que a igreja não devia ostentar autoridade temporal; que na Igreja primitiva não havia distinção entre sacerdotes e bispos, e que todos os bispos eram iguais; atacou a idéia da supremacia papal e suas ênfase nos privilégios do clero e sua adoção do domínio sobre o santo império romano. Os livros do humanista Erasmo de Rotterdam foram postos no Índice porque discrepava com aqueles que se opunham que às Sagradas Escrituras fossem lidas pelo povo.

Jesuítas.
Também se considera historicamente relacionada com a Inquisição a ordem religiosa dos Jesuítas, ponta de lança da reforma católica. Esta controvertida ordem religiosa masculina ocupa o lugar mais importante, proeminente e prestigioso do sistema católico romano. Foi fundada em 1540 pelo aristocrata vasco Ignácio de Loyola, com o nome de Sociedade ( Companhia) de Jesus, com o objetivo de deter o avanço e combater o protestantismo durante o processo da Contra reforma. Pra ninguém é segredo que os jesuítas foram os principais agentes para repelir os avanços do protestantismo, e suas atividades fizeram que a sociedade fora temida tanto por católicos romanos como por protestantes. Têm sido olhados com suspeita, receio e crescente antagonismo inclusive pelos círculos romanos como os membros de outras ordens religiosas e muitos do clero secular, e tem sido considerados por muitos estadistas como baluartes do obscurantismo. Desde suas origens, a Sociedade de Jesus tem se preocupado por atrair aos jovens melhor dotados de todas as épocas.Através dos séculos, os jesuítas tem se caracterizado por sua lealde ao papa romano, exceto em nossos dias, em que os vinte e sete mil membros da ordem tem vindo a ser importantes atores de enfrentamento e se tem visto envoltos em soterradas controvérsias relacionadas com o dogma ortodoxo do sistema católico romano, e depois de quatrocentos e cinqüenta anos de história, os jesuítas enfrentam muitos inimigos mesmo dentro do Vaticano. Por muito tempo tem se dedicado aparentemente e de faixada as obras missionárias e educativas, meios desde os quais podem influir poderosamente e manejar o timão dos impulsos neurálgicos da sociedade. Não tem sido nenhuma casualidade que os jesuítas se hajam dado á tarefa de educar personagens do tipo de Moliere, Voltaire, Descartes e James Joice, por mencionar alguns. Muitos de seus membros usaram de intrigas políticas para lograr seus fins. Os jesuítas são expertos em entremeter-se na política dos estados, e apoiar movimentos esquerdistas ou francamente comunistas, no marco da chamada "teologia da liberação", como no caso de Nicarágua, onde apoiaram aos revolucionários socialistas a fazerem-se com o poder, estando estreitamente vinculados a movimentos semelhantes na Guatemala e El Salvador. Pra ninguém é segredo os vínculos que alguns têm tido com a guerrilha colombiana. Em muitos países, incluído Colômbia, os jesuítas os tem expulsado por seu aberto intervencionismo nos assuntos do Estado. Em 1759 foram expulsos dos domínios portugueses; em 1764, da França e suas colônias; em 1767, da Espanha e Nápoles. Em 1773 por quase durante uma geração estiveram suprimidos pelo papa; somente restaurados plenamente em 1814. Nos Estados Unidos de América se opuseram à guerra do Vietnam e jogaram fogo no processamento de Nixon no sonhado caso de Watergate. Eles costumam semear o caos para buscar a desestabilização dos Estados e logo demanda-los ante as organizações internacionais do tipo de Amnistia Internacional, e para levar a cabo seus propósitos costumam participar ativamente em atos de desobediência civil e levar a voz cantante atiçando a caldeira nas pugnas entre os bandos contrários dos partidos políticos. É bem conhecido o feito de que em certos círculos do catolicismo como os jesuítas se têm destacado figuras “abandeiradas” com a "teologia da liberação", um desvio teológico que surge falando de uma chamada "nova igreja", nascida do povo, dotada de novos argumentos, e que centraliza sua atenção na suposta liberação das classes menos favorecidas dos países do terceiro mundo, de seus opressores imperialistas. A teologia da liberação tem seu próprio deus, diferente ao Deus bíblico e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. É um deus panteísta que se inclina a preferir aos pobres, de acordo com os postulados e a concepção teogônico-teológica hegelianos, entre outros, do franciscano peruano Gustavo Gutiérrez. Muitas coisas se podem esperar deste poderoso corpo religioso que, como afirmam alguns, por sua casuística costuma confundir a verdade com a mentira.

Escolasticismo
De 950 a 1350 surgiu na Europa ocidental o escolasticismo, ou teologia escolástica, que se associa com o conhecimento de homens eruditos da época. O escolasticismo foi um movimento de ressurgimento da filosofia grega devido às traduções ao árabe e logo ao latim feitas por judeus e maometanos. Alguns definem a escolástica como um conjunto de sistemas filosóficos cujo espírito está tido de religiosidade, pois tem como tema fundamental a relação da teologia com a filosofia (inclusive proposições metafísicas, teológicas, lógicas, etc.), e na qual se lhe dá a primazia à teologia, mas tendo como fundamento e razão à filosofia, particularmente a aristotélica e a platônica, herdada do mundo greco-romano pré-cristão. Os escolásticos tinham, a finalidade de encontrar a relação entre a fé e a razão. Esse renovado interesse fazia o estudo da filosofia teve alguma relação também com o avivamento do misticismo pietista que surgiu nos princípios do século XII. Mas, terá alguma relação a razão e suas conotações lógica e metafísica com a fé nos propósitos de Deus e o que tem dado no largo processo da revelação que culminou em Cristo? Devemos ter em conta que Aristóteles não mencionava a Deus, e para ele a "primeira causa" era o principio da existência, não um ser pessoal, e descrevia o universo como eterno.Alberto Magno e Tomás de Aquino trataram de reconciliar o conhecimento material aristotélico com a revelação suprema do cristianismo, dando lugar ao chamado movimento escolástico. Que os escolásticos hajam feito alguma contribuição original ao estudo da exegese e da teologia bíblica é muito duvidoso, mas esse afã dos escolásticos de reconciliar o dogma com a razão os levou a estabelecer um sistema ordenado de doutrina, o que em alguns de seus exponentes mais conspícuos se conhece como somas teológicas, como a de Tomás de Aquino. Sua contribuição pode traduzir grandemente a preparar o caminho para os reformadores. Para a maioria dos escolásticos, a fé era primordialmente o sentimento intelectual, mais que a plena confiança em Deus. O escolasticismo e mesmo o neoescolasticismo entrou praticamente na obsolescência nos meios filosóficos e teológicos contemporâneos, mesmo dentro do catolicismo romano. Relacionamos a continuação um superficial perfil das principais figuras do escolasticismo na Idade Media.

Anselmo
(1033-1109). Nasceu em Aosta (Itália). Protagonista do avivamento monástico na Normandia. À idade de 60 anos foi feito arcebispo de Canterbury por Guilherme Rufus em uma época de forte domínio dos laicos sobre os assuntos eclesiásticos, e por estas razões e por apoiar as reformas do papa Hildebrando, como o assunto das investiduras e o celibato clerical, se viu em conflito com Guilherme II da Inglaterra (Rufus) e seu sucessor Henrique I, pelo que ambos chegaram a desterrá-lo. Anselmo foi chamado "um segundo Agostinho", e grande parte de suas obras foram escritas no monastério de Bec, Normandia, e se compõe de: obras sistemáticas, orações e meditações e cartas. Sustentava que os dogmas maiores do cristianismo (crença em Deus, a natureza de Deus, a Trindade, a imortalidade, a encarnação, morte e ressurreição de Cristo) podiam ser alcançados pela razão. De fato foi um precursor do renascimento teológico no ocidente, pondo as bases para o estudo da teologia escolástica. Suas obras teológicas mais proeminentes foram:* Monologium (Um Monólogo), é uma meditação acerca de Deus. Sem apelar à Bíblia, trata de provar e descrever a Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho.* Proslogium (Um discurso), é uma exposição do que com freqüência se chama um argumento ontológico da existência de Deus. Anselmo foi o primeiro em fazê-lo. * Cur Deus Homo (Por que Deus se fez homem), sobre a encarnação e a propiciação. Pela encarnação em Maria, Jesus Cristo, plenamente Deus e plenamente homem e só Ele, pode fazer a necessária satisfação mediante Seus padecimentos e Sua morte, fazer possível que Deus perdoasse ao homem sem fazer violência ao equilíbrio moral do universo. Opôs-se ao antigo ponto de vista sustentado desde os tempos de Orígenes de que Cristo teve que pagar um resgate ao diabo. Ensinou que Cristo morreu para nos salvar mediante um sacrifício expiatório. * A procissão do Espírito Santo (sobre a concepção virginal e o pecado original).* De concordia.Até o final de sua existência lutou Anselmo com a complicada interrogação de como conciliar o livre arbítrio do homem com a onisciente presciência e a predeterminação de Deus.

Pedro Abelardo
(1079-1142).Teólogo e filósofo escolástico, nascido em Pallet, ao norte da França. Este intrépido personagem foi o pensador mais valoroso da Idade Média, em um período de agitação intelectual. Pode considerar-se como o fundador da universidade de Paris. Era um cristão sincero, mas estava convencido que era a função da razão, com o uso da lógica aristotélica, refutar o erro e ensinar a verdade recebida por meio da revelação e aceitada pela fé. Entendia que o Verbo é a sabedoria (sofía), e os filósofos eram os amigos da sabedoria; dizia que os homens lógicos são os homens do Verbo (lógico de logos).São famosos seus amores com Eloísa, a sobrinha de Fulbert, canônico da catedral de Notre Dame em Paris, com quem teve um filho ilegítimo, pelo qual se casaram secretamente, mas o Fulbert, enfurecido pelos acontecimentos, o fez castrar por mãos de uns malfeitores, e devido a toda essa oposição, ambos decidiram fazerem-se monges.Um de seus livros mais famosos foi Sic et Non (Sim e Não), escrito em 1122, no qual pôs de acordo textos aparentemente contraditórios das Sagradas Escrituras. Para Abelardo havia perfeito acordo entre a fé e a razão. Era defensor do livre arbítrio; insistia nas boas obras mais que na obra expiatória de Cristo na cruz; além do mais, se aproximava o monarquismo modalista ou patripasionismo, pois afirmava que «Deus, como poder, é Pai; como sabedoria, é o Filho; como amor, o Espírito», expondo-se em conseqüência à acusação de sabelianismo. Em seus ensinamentos se viam manchas do arianismo e nestorianismo, pois afirmava que «Cristo é o homem assumido pelo Logos», acercando-se demasiado ao conceito das duas personalidades sustentado pelo nestorianismo. Ensinou que o Senhor havia morrido como mártir só para nos dar exemplo. Suas doutrinas teológicas e éticas foram condenadas no concílio de Soissons (1121) e não de Sens (1141).

Hugo de São Victor
(1096-1141). Filho de um conde saxão, passou quase toda sua vida como membro de uma comunidade dos canônicos agostinos de São Victor em Paris, onde se desempenhou como professor. Havendo recebido a influência filosófico teológica de Boécio, escreveu várias obras incluindo comentários exegéticos bíblicos, sobre o sistema de Agostinho, sobre a vida moral, o caminho dos místicos e vários temas de fundo teológico. Seu maior tratado De Sacramentis Fidei Christianæ (Dos sacramentos da fé cristã), é um exame teológico que compendia a criação, Deus e a Trindade, a queda do homem, o pecado original, a encarnação e os sacramentos. Como figura notável do escolasticismo, Hugo dividiu o conhecimento em dois ramos, a teologia e a filosofia e faz suas indagações acerca da razão. Curiosamente disse que o homem dispõe de três canais ou órgãos mediante os quais recebe o conhecimento: O olho físico, o olho da mente, e o olho do espírito, e ao que se percebe pelo olho do espírito ele o chama a contemplação; mas a sua maneira está afirmando as três partes do homem: corpo, alma e espírito.

Pedro Lombarde
(1100-1160). Este contemporâneo de Abelardo, Bernardo de Claraval e Hugo de São Victor, nasceu em Novara (Lombardia), estudou em Bolonha e Reims e ensinou na escola da catedral de Paris, e em seus últimos anos foi nomeado arcebispo de Paris. Foi influenciado por Abelardo e Hugo de São Victor, e profundamente devedor das contribuições de Agostinho, João Damasceno e Graciano o canonista. Foi conhecido como «o pai da teologia sistemática» e como o "mestre das sentenças" devido a suas famosas Sentenças, o livro de texto mais usado nas faculdades de teologia do medieval, cujo título era Quatuor Libro Sententiarum, ou Quatro Livros de Sentenças, saturados de citações dos chamados pais da Igreja, cujo conteúdo é:1º - Deus, Sua natureza, a Trindade, os atributos de Deus, a predestinação.2º - A criação de Deus, os anjos, o homem, o livre arbítrio, a necessidade da redenção.3º - A obra da redenção efetuada por Cristo, a questão de se Cristo era plenamente humano, os frutos do Espírito e as sete virtudes cardeais. Um erro que Lombarde teve consistiu em que em matéria cristológica praticamente nega a humanidade de Cristo, pois afirmava que «o Logos tomou a natureza humana só como uma vestidura para fazer-se visível ante os olhos dos homens».4º - Os sacramentos e a escatologia. Foi um dos primeiros em afirmar que os sacramentos eram sete, sistematizando desta maneira algo que não tem respaldo bíblico, pois de acordo com a Palavra de Deus o Senhor só deixou duas ordenanças: o batismo e a santa ceia. Contribuiu à dogmatização da crença na eficácia dos sacramentos como geradores ou causantes da graça, assunto este sustentado ainda nos círculos católico-romanos.

Boa ventura (João de Fidanza)
(1221-1274), Chamado o doutor seráphicus. Superior e reformador dos franciscanos à morte de Francisco de Assis, converteu essa ordem religiosa em um instrumento ao serviço do papado. Chegou a ser bispo de Albano cardeal, e foi responsável pela eleição de Gregório X em 1271. Há quem o cataloga como um místico influenciado do neoplatonismo através de Agostinho e os escritos atribuídos a Dionísio o Areopagita. Conhecia e fazia uso da dialética escolástica. Outras correntes o tem como um político e homem do mundo, mas suas obras teológicas tem sido consideradas importantes em seu contexto histórico.

Alberto Magno
(1200-1280) Chamado também doutor universal. Nasceu na Alemanha, mas estudou em vários centros culturais, incluindo algumas cidades italianas, chegando a ser um dos engenhos mais universais de seu século, mesmo maior que seu discípulo Tomás de Aquino, pois seus conhecimentos abarcaram a arquitetura, a alquimia, a filosofia, a botânica e a teologia. Com Aquino, se lhes considera os dois mais proeminentes pensadores dominicos. Conhecia o pensamento neoplatônico e aristotélico, e em sua obra Teodicea, ou Tratado de Deus, se mostra influído, alem do mais, pela escola de Agostinho de Hipona e os filósofos judeus e árabes. Diz-se que seu pensamento tem tendências panteístas.

Tomás de Aquino
(1224-1274). Chamado o doutor angélico e doutor communis, e considerado o teólogo mais importante do escolasticismo. Nasceu em Roccasecca, cerca de Monte cassino, filho do conde de Aquino e emparentado com a casa imperial de Hohenstaufem. Este domenico estudou em Paris e Colônia com Alberto Magno. Era tão calado e corpulento quando estudante que lhe chamavam "o boi mudo", mas Alberto dizia: "um dia este boi encherá o mundo com seus mugidos". Ensinou e escreveu em vários países: França, Espanha, Itália, onde foi membro da corte papal. Abaixo da influência da teoria aristotélica e convencido de que a fé e a razão não se contradiziam, senão que se apoiavam mutuamente, intentou sintetizar a teologia e a filosofia, fé e razão, natureza e graça, abaixo da suposição que provinha da mesma fonte, Deus. Mas bem diferia de Agostinho e sua estrutura neoplatônica. Foi um escritor ubérrimo, mas suas duas obras fundamentais e representativas de seu pensamento são sua Summa Contra Gentiles e sua Summa Theologiæ, que deixou incompleta devido a sua prematura morte à idade de 49 anos. A Summa Theologiæ, ou Suma Teológica foi a obra magna da escolástica, considerada por muito tempo por sacerdotes e teólogos católicos, quase de igual valor que as Sagradas Escrituras.Não obstante seu aristotelismo, para Tomás de Aquino nem toda a verdade há de ser alcançada pela razão, também pela revelação de Deus, assimilada pela fé em relação com o sentir e a vontade. Para ele a existência de Deus pode demonstrar-se pelo conhecimento que obtemos por nossos sentidos e nossa razão. Não foi um inovador de doutrina alguma, senão um exponente sistemático da teologia católica oficial de seu tempo. Os discípulos de Aquino se enredaram em vãs indagações dando as vezes mais importância ao mero raciocínio que à revelação divina. Em matéria de cristologia, pode afirmar-se que Tomás de Aquino seguia a linha tradicional mantida através dos concílios, mas concordava com Pedro Lombardo em afirmar que o Logos-pessoa havia tomado para si natureza humana impessoal.

João Duns Escoto
(1264-1308) Chamado o Doctor Súptilis. Este franciscano nasceu ao sul da Escócia e estudou em Paris onde recebeu o doutorado em teologia, e foi catedrático em Oxford. Morreu em Colônia tendo um pouco mais de 40 anos. Crítico e oponente de Aquino entre a fé e a razão, pois para ele é impossível comprovar doutrinas chaves por meio da razão. Afirmava que as maiores crenças cristãs devem ser cridas somente sobre a base da autoridade da igreja ou das Escrituras. Devemos ter em conta que para Aquino a vontade de Deus trabalha de acordo com a razão, mesmo da humana, em contrapartida Duns Escoto se inclina pela liberdade e soberania da vontade de Deus, e não atado à razão, ainda que não pensava em Deus como caprichoso, nem como criador de caos, mas foi Sua vontade perfeita a que criou o universo e não Sua razão nem Sua mente. Sua teologia da justificação descansava na ação arbitrária de Deus, quem decide imputar a justiça aos homens; mas este conceito corre o perigo de considerar à paixão de Cristo como não realmente necessária. Em matéria de Cristologia, Duns Escoto tinha clareza sobre a encarnação do Verbo e a existência das duas naturezas, a divina e a humana, na única Pessoa do Senhor, mas que a natureza humana está subordinada à divina, mas esta não é limitada por sua relação com a natureza humana.

Guilherme de Occam
(1300-1349). Nasceu em Surrey (Inglaterra). Este radical, rebelde e controverso seguidor de Duns Escoto, contribuiu à demolição do escolasticismo, sobrevindo a consumação entre a fé e a razão, argumentando que os dogmas do cristianismo, mesmo os fundamentais como a existência de Deus e a imortalidade da alma, não podem ser provados pela razão e a lógica, senão aceitados pela fé e cridos devido a que estão contidos na Bíblia, pois não se pode conciliar a sabedoria humana com a sabedoria de Deus, entre as quais há um abismo insondável. Já o disse Paulo que para os sábios deste mundo, incluindo os filósofos gregos, a cruz era uma loucura. A fé se baseia na revelação de Deus aparte de toda prova da razão e do intelecto humanos. Occan se distinguiu também por haver liderado um forte ataque contra o poder político papal, trabalhando pela separação e independência entre o Estado e a igreja, declarando a si mesmo que o papa é um homem falível como todos os mortais, e que não tem poder para adicionar novos artigos de fé. Os escolásticos se esforçaram por conciliar à filosofia grega com a cruz e o que ela representa, e ante sua impotência, este movimento não sobreviveu ao medieval, salvo um eventual ressurgimento no princípio do presente século, conhecido como neoescolasticismo, de efêmera existência.

As Indulgências
Surge na época da escolástica o desenvolvimento do relacionado com as indulgências, algo que tinha suas raízes nas anteriores centúrias do cristianismo, particularmente com o papa Gregório I o Grande, associadas com crenças herdadas da religião babilônica e as filosofias gregas. A raiz da dogmatização do "sacramento" da penitência, o sacerdote se encarregava de impor a disciplina pelos pecados perdoados, e essas disciplinas se catalogavam conforme a gravidade da ofensa, e que oscilavam entre o jejum, as peregrinações (ao Vaticano, a Terra Santa ou outros lugares catalogados como santuários), auto-flagelação, mas também incluía as dádivas ao clero, o qual ocasionou o desenvolvimento da teoria e da prática das indulgências, que foram nos tempos de Lutero o floreiro para que se acendesse a chama da Reforma. As indulgências no princípio se limitavam a donativos a monastérios e paróquias. O sistema católico começou a ensinar que se as penas "temporais" não se cumpriam nesta vida, seriam cumpridas ou sofridas depois da morte, em um imaginário lugar chamado "purgatório", acerca do qual havia falado tentativamente Agostinho de Hipona, doutrina que afirmou o papa Gregório Magno e que chegou a ser parte da teologia medieval. Inclusive Agostinho mencionou certo benefício que as almas mortas podiam receber da missa, e isso deu base para que as orações, as missas e as indulgências pelos mortos chegaram a ser práticas comuns na igreja apóstata. Foi assim como no século onze, em pleno apogeu escolástico, começaram a conceder indulgências plenárias, e isso equivalia à remissão de todas as penas temporais pelos pecados, e a pessoa que a recebia já não tinha que sofrer no purgatório, senão que ao morrer ia diretamente ao céu, ou seja, que o pontífice romano pretendia ter e mesmo delegar nos bispos a facultatividade de omitir o castigo temporal pelos pecados. Historicamente o primeiro em conceder as indulgências plenárias foi o papa Urbano II aos que se alistaram na primeira cruzada, e aos que a apoiaram com seus donativos. Mas causa curiosidade que gente pensante da talha de teólogos escolásticos como Alberto Magno, Tomás de Aquino e Alexandre de Hales chegaram a desenvolver o princípio de "a tesouraria da igreja" que, tendo em pouco a obra completa de Cristo na cruz, consistia na peregrina idéia baseada em que os apóstolos, a virgem Maria e os santos mártires haviam feito mais do necessário para assegurar-se a vida do céu, acumulando assim um superávit de merecimento já enriquecido pelo que Cristo havia feito. Era tratado como um tesouro especial da igreja, e que ela repartia por meio dos sacramentos. Estava o Senhor de acordo com tudo isso? Não. Sua Santa Palavra disse que:" 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."(João. 1:12-13)." 16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. " (João 3:16-18)." 47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. " (Jo. 6:47)." 1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; " (Ro. 5:1)." 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus: 9 não de obras, para que ninguém se glorie. " (Ef. 2:8-9)." de graça recebestes, de graça dai. " (Mt. 10:8b)." mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. " (Ro. 6:23b)." 1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. " (Ro. 8:1).Das anteriores citações bíblicas se pode deduzir que uma pessoa não pode salvar-se pelas formas ou observâncias externas, nem pelos méritos pessoais nem próprios nem alheio, senão pela obra redentora do Senhor Jesus, e só por ela, e para que pela fé venha Deus a morar dentro do homem por Seu Espírito. Em sua tese número 62, Lutero diz que "o verdadeiro tesouro da Igreja é o sacro santo evangelho da glória e da graça de Deus". Então, que fazer com semelhante superávit de merecimento que se desperdiçava no céu? Fácil; ao papa romano supostamente lhe havia sido concedido aproveitar e transferir parte de dita riqueza a fim de reduzir e mesmo cancelar a quantidade de boas obras exigidas aos pecadores penitentes, como satisfação por suas ofensas. Só faltava a aprovação oficial do Vaticano, a qual foi dada por Clemente VI em 1343.É necessário levar em conta que foi tão impressionante a estrutura teológica de Agostinho, que desafortunadamente a igreja apóstata só aceitou uma parte de seus conceitos e doutrinas; me atrevo a dizer que aceitou só essa parte que necessariamente não estava sustentada pela Palavra de Deus, ou se estava foi lamentavelmente deturpada. Damos alguns exemplos. Temos mencionado que Agostinho afirmava que tanto os sacramentos como a Palavra de Deus serviam como meios de graça; disso a igreja apóstata pôs a maior ênfase nos sacramentos até o dia de hoje. Agostinho havia feito alguma diferenciação entre a igreja como instituição visível e a igreja como a comunhão dos predestinados, dos que tem o Espírito; a igreja apóstata não chegou a negar a segunda, mas pôs maior ênfase na primeira, e há muitos outros exemplos, até que tudo se foi institucionalizando pelo lado enfatizado.Toda esta montagem e enredo das indulgências foi ignorado pelos cristãos primitivos; e não é difícil imaginar o paralelo tráfico de influências que se geraria por parte de alguns penitentes buscando influentes alavanca entre os eclesiásticos a fim de que intercederam ante as altas esferas da clerezia para que por meio das indulgências se lhes reduzira o período de prova. De tudo isto podemos concluir facilmente que ao instituir as indulgências pagas como válidas também para o mundo invisível, em seu momento era necessário complementa-lo com o do "purgatório", as missas pelos defuntos, e o culto dos santos. Mas Deus suscitou pessoas valentes como Antonio, arcebispo de Florência, que se atreveu a escrever: "Não possuímos nenhum testemunho nas Escrituras ou nos Pais para provar as indulgências, senão somente a autoridade de alguns autores modernos" (SUMMA DE TEOLOGÍA, parte 1ª, título 10, cap. 3, pág. 202, Venecia 1582). João de Wesel, eminente professor e reitor da Universidade de Erfurt, onde anos mais tarde estudou Lutero, no ano 1481 morreu condenado por herege por haver ensinado que as indulgências eram um engano piedoso, que o laicado deveria participar da copa na eucaristia e que a autoridade da Bíblia estava por cima dos papas e concílios. João XXII, quem ocupou o cargo de papa em sua corte em Avinhão, estabeleceu uma constituição relacionada com as taxæ sacræ pænitentiaræ (O nome da Rosa. Umberto Eco. RBA Editores, S.A., Barcelona, 1994. Pág.280), a fim de obter ganâncias com os pecados dos religiosos. Exemplos: Eclesiástico que pecava carnalmente com uma monja, com uma parente ou com uma mulher donzela; pela absolvição devia pagar 67 libras de ouro e 12 soldos. Por atos bestiais devia pagar 200 libras. Por atos com meninos ou animais e não com fêmeas, 100 libras. Uma monja que se houver entregado a vários homens, ao mesmo tempo ou em diferentes ocasiões, dentro ou fora do convento, e que depois aspirara a ser abadesa, devia pagar para obter o perdão papal, 131 libras de ouro e 15 soldos. Quantos papas se enriqueciam neste comércio de indulgências e perdão de pecados?Também existe um livro que escandalizou a Martinho Lutero, titulado Taxa Cameræ (se pode ler todo este documento no apêndice I do capítulo V, Sardes) seu Cancelleriæ Apostolicæ (A autenticidade desta obra é confirmada por Poliodoro Virvil (De Nat. Rer. Libro VIII)e Claude d’Esoence, reitor da Universidade de Paris (Comentário sobre Tito 1:7). Também Audofredo enumera as edições do livro publicadas em Roma, mais de 25, em uma obra dedicada a Pío VI. Gregório XIII auspiciou uma das tantas edições posteriores), onde Leon X, à ocasião pontífice em tempos de Lutero, estipula a tarifa a pagar para obter do papa o perdão por qualquer classe de pecado. Eis aqui alguns pecados com seus correspondentes preços:Impureza..................................................... 27 librasAdultério...................................................... 87 librasHomicídio de um sacerdote com penitência pública...... 27 librasHomicídio de um sacerdote com penitência privada..... 63 librasPor matar um bispo..................................... 131 librasConcubinato de um sacerdote....................... 21 librasUma mulher que bebe uma beberagem para provocar um aborto... 1 ducado e 6 carlinesViolação de um juramento em relação com assuntos civis... 7 librasMatrimônio em primeiro grau de parentesco....... 1.000 librasPor um soldado da causa católica que não aceitou a matar a um herege.. 36 libras.A Reforma lhe pôs fim ao comércio das indulgências? Não; a instituição romano papista a pôs em vigência até os tempos contemporâneos. Na última sessão do concílio de Trento foi aprovado o decreto sobre as indulgências. Então já não só teve aprovação papal senão também aprovação conciliar. Todavia no século XX, o sistema católico romano costuma apresentar certos meios para alcançar a graça de Deus, como os sacramentos, incluindo a confissão e a penitência; as indulgências, ainda que pareça um anacronismo; a mortificação da carne pode ser que a hajam "desdogmatizado", mas a seguem tolerando, e ainda a praticam nos conventos e seminários; todavia fica no ambiente esse fedor de que uma pessoa pelo ato de ingressar em uma ordem religiosa de fato é matriculada em uma privilegiada elite espiritual, de gente especial diante do Senhor.

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