A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética

A Igreja de Jesus Cristo-Uma Perspectiva Histórico-Profética
Tradução do livro "La Iglesia de Jesucristo, una perspectiva histórico-profética" de Arcadio Sierra Diaz

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Doação de Constantino

APÊNDICE DO CAPÍTULO IV
DOAÇÃO DE CONSTANTINO


(Como se explicou no capítulo IV, Tiatira, este documento não é autêntico; é uma falsificação escrita em meados do século oitavo visando a fortalecer o poder papal em uma época quando o cristianismo ocidental estava à margem de desabar ante o surgimento de pequenas igrejas reais, feudais e tribais, debaixo do domínio de príncipes seculares. De modo que esta criação literária surgiu para dar a entender que havia sido escrita pelo imperador Constantino o Grande nos princípios do século quatro. Levemos em conta que este espúrio documento foi escrito em uma época quando não se fazia exame crítico de documentos, e era fácil que a avassalada comunidade dos fiéis o receberam como autêntico, dado o grau de ignorância que predominava nessa idade obscura. Por fim, durante o reinado do papa Eugênio IV (1431-1447), pelo engenho de dois eruditos da época, Nicolau de Cusa em 1433, e Lorenzo Valla em 1440, foi descoberto que este documento, por tanto tempo considerado como a base em que se fundamentavam as pretensões da soberania civil do papa, foi uma anacrônica falsificação. Mas o espírito de sua falácia tem causado efeitos contraproducentes na historia).Concedemos a nosso santo padre Silvestre, sumo pontífice e papa universal de Roma, e a todos os pontífices sucessores seus que até o fim do mundo reinarão na sede de são Pedro, nosso palácio imperial de Letrán (o primeiro de todos os palácios do mundo). Depois a diadema, isto é, nossa coroa, e ao mesmo tempo o gorro frígio, ou seja, a tiara e o manto que costumam usar os imperadores e, o manto púrpura e a túnica escarlata e todo o vestido imperial, e também a dignidade de cavalheiros imperiais, outorgando-lhes também os cetros imperiais e todas as insígnias e estandartes e diversos ornamentos e todas as prerrogativas da excelência imperial e a glória de nosso poder. Queremos que todos os reverendíssimos sacerdotes que servem à santíssima igreja romana nos distintos graus, tenham a distinção, potestade e preeminência de que gloriosamente se adorna nosso ilustre senado, ou seja, que se convertam em patrícios e cônsules e sejam revestidos de todas as demais dignidades imperiais. Decretamos que o clero da santa igreja romana tenha os mesmos atributos de honra que o exército imperial. E como o poder imperial se rodeia de oficiais, fidalgos, servidores e guardas de todas as classes, queremos que também a santa igreja romana se adorne do mesmo modo. E para que a honra do pontífice brilhe em toda magnificência, decretamos também que o clero da santa igreja romana adorne seus cavalos com arreios e gualdrapas de branquíssimo linho. E do mesmo modo que nossos senadores levam o calçado adornado com linho muito branco (de pêlo de cabra branco), ordenamos que deste mesmo modo os levem também os sacerdotes, a fim de que as coisas terrenas se adornem como as celestiais para glória de Deus. (...)Temos decidido igualmente que nosso venerável padre o sumo pontífice Silvestre e seus sucessores levem o diadema, ou seja, a coroa de ouro puríssimo e preciosas perolas, que a semelhança com a que levamos em nossa cabeça lhe havíamos concedido, diadema que devem levar na cabeça para honra de Deus e da sede de são Pedro. Mas já que ele próprio beatíssimo papa não quer levar uma coroa de ouro sobre a coroa do sacerdócio, que leva para glória de são Pedro, com nossas mãos temos colocado sobre sua santa cabeça uma tiara brilhante de branco fulgor, símbolo da ressurreição do Senhor e por reverencia a são Pedro apoiamos a bridão do cavalo cumprindo assim para ele o ofício de moço de espora: estabelecendo que todos seus sucessores levem em procissão a tiara, como os imperadores, para imitar a dignidade de nosso Império. E para que a dignidade

2 comentários:

Marcus disse...

Por gentileza, o texto em destaque amarelo (Concedemos a nosso santo padre Silvestre, sumo pontífice e papa universal de Roma...) foi extraído de que fonte? E se fosse possível, gostaria de saber se existem outras fontes a mais que contenham essa mesma informação!

Agradeço-lhe antecipadamente.

Abraços a todos!

Paulo Almeida disse...

Olá Marcus!
Esse texto foi traduzido do Espanhol ( Idioma no qual foi escrito o livro em questão) para o Português e postado no blog, mas possuo o livro original aqui em casa e fui consultar. Esse texto sobre a doação de constantino foi extraído de:

Edictum Constantini ad Silvestrum Papam ( siglo VIII). Patrología Latina, Vol. VIII.

O Trecho em Questão é uma tradução literal do livro citado acima.
Possuo um livro chamado documentos da igreja cristã, editora aste, e neste livro, em português, o texto a que você se refere encontra-se um pouco diferente porém não muda o sentido da coisa.

Espero ter esclarecido.

Paulo Almeida.